MIAMI - Um dos passageiros do avião da American Airlines onde havia embarcado o homem morto após uma falsa ameaça de bomba, no Aeroporto de Miami, queixou-se do modo que os agentes de segurança trataram as demais pessoas a bordo.
- Eles colocaram uma arma na minha nuca e disseram: "Coloque suas mãos no assento". Isso foi mais assustador do que todo o resto - disse o passageiro John McAlhany, descrevendo como agentes federais e policiais abordaram os passageiros depois do tiroteio.
Muitos passageiros disseram não ter percebido a inquietação de Rigoberto Alpizar no avião e foram apenas surpreendidos com o barulho de tiros. Em seguida, foram instruídos pelos comissários de bordo a abaixarem-se em seus assentos, sem poder ver o que ocorria em volta.
Mary Gardner, a passageira que descreveu com mais detalhes a maneira inquieta com que Alpizar circulava pelo corredor, com a mulher atrás dele, disse que, após os tiros, agentes de segurança entraram no avião e disseram aos passageiros para colocar as mãos na cabeça.
- Eles não deixavam que nos mexêssemos. Não deixavam que tirássemos qualquer coisa de nossa bagagem de mão.Depois de uma hora dentro do avião, eles foram retirados, sem direito a levar nada.
Segundo McAlhany, os passageiros foram confinados numa sala de conferências muito pequena para 113 pessoas. A bagagem de todos eles foi extraída da aeronave e vasculhada com ajuda de cães.
A American Airlines disse, num comunicado, que "nenhum dos outros 113 passageiros a bordo foi afetado ou esteve em perigo".