Malaysia Airlines: avião passou por revisão 10 dias antes de sumir
A companhia aérea Malaysia Airlines disse nesta terça-feira (11) que o Boieng 777-200, que operava o voo MH370, passou por uma revisão de manutenção dez dias antes de desaparecer enquanto sobrevoava o Golfo da Tailândia, no sábado (8).
"A manutenção foi feita no hangar do aeroporto internacional de Kuala Lumpur e não foram encontrados problemas no estado da aeronave", disse a companhia em seu último comunicado.
A próxima revisão estava marcada para o dia 19 de junho de 2014, acrescentou a Malaysia Airlines, que comprou o avião em 2002 e que tinha registrado 53.465 horas de voo desde então.
CIA não descarta hipótese de terrorismo
O diretor da CIA, John Brennan, definiu nesta terça-feira (11) como "um mistério muito inquietante" o desaparecimento do voo 370 da Malaysia Airlines.
"Não descartaria (a hipótese de terrorismo). De modo algum", disse Brennan em uma conferência no Council of Foreign Relations de Washington.
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As autoridades da Malásia descartaram nesta terça-feira (11) a possibilidade dos dois passageiros que embarcaram no avião desaparecido com passaportes roubados serem terroristas, mas asseguraram que trabalham com todas as hipóteses e anunciaram a ampliação da área de busca.
O chefe da polícia malaia, Khalid Abu Bakar, disse em entrevista coletiva que os suspeitos são dois iranianos que tentavam emigrar para a Europa.
Confira a rota do avião desaparecido
As autoridades entraram em contato com a mãe de um deles, um jovem de 18 anos identificado como Pouria Nour Mohammad Mehrdad, no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha.
A mulher esperava a chegada de seu filho e disse "desconhecer" que ele viajava com um passaporte roubado.
"Não é provável que seja membro de um grupo terrorista. Achamos que estava tentando emigrar para a Europa", afirmou o chefe da polícia antes de distribuir fotos dos dois passageiros.
A Interpol, em entrevista coletiva, revelou que o segundo iraniano se chama Delavar Seyed Mohammadreza e tem 29 anos de idade.
O secretário-geral da Interpol, Ronald K. Noble, disse que ambos chegaram a Kuala Lumpur com seus passaportes iranianos e que depois trocaram pelos roubados.
A polícia da Malásia, que trabalha ao lado das agências de inteligência de outros países no caso, afirmou que entre as possíveis causas do desaparecimento do avião da Malaysia Airlines no sábado passado, com 239 pessoas a bordo, estão o sequestro e a sabotagem.
Também não se descarta a possibilidade de problemas psicológicos ou pessoais entre os passageiros e a tripulação do voo.
"Poderia existir alguém no voo que tirou um seguro por uma grande quantidade de dinheiro para que sua família cobrasse. Ou alguém que devia dinheiro. Estamos investigando qualquer possibilidade", indicou Khalid.
"Temos fotos e perfis de todos os passageiros. Estamos investigando nos vídeos o comportamento de todos os passageiros", afirmou.
O voo MH370 saiu de Kuala Lumpur às 0h41 hora local (13h41 de Brasília de sexta-feira) e deveria chegar em Pequim após seis horas de voo, mas desapareceu do radar uma hora depois da decolagem.
No quarto dia de busca ainda se desconhece o paradeiro do aparelho e o destino de seus ocupantes.
As equipes de resgate estenderam a zona de rastreamento até a península de Malaca, pelo oeste, e até Hong Kong, pelo nordeste.
Uma frota internacional de 40 embarcações e 24 aviões cobrem uma superfície de 500 mil milhas náuticas quadradas (1,71 milhões de quilômetros quadrados).
A operação, da qual participam Austrália, China, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, também não captou nenhum sinal dos aparelhos eletrônicos do avião, que supostamente deveria emitir alertas em caso de perigo ou acidente.
Foram avistados várias vezes restos flutuando no golfo da Tailândia, que do ar se assemelhavam a partes de aviões, mas ao serem examinados de perto se mostraram pistas falsas.
Agências de inteligência de vários países participam de uma investigação que procura esclarecer a possível mudança de rota do avião sem que o piloto tenha feito qualquer alerta.
As autoridades da Tailândia informaram que as passagens compradas com os passaportes roubados foram vendidas por duas agências da cidade litorânea de Pattaya, a cerca de 100 quilômetros ao leste de Bangcoc.
Um funcionário de uma das agências investigadas declarou ao jornal Bangcoc Post que sua companhia recebeu a encomenda da reserva em um e-mail enviado do Irã por um cidadão deste país que se identificou como Ali.
O funcionário assegurou conhecer pessoalmente o comprador, que teria vários negócios em Pattaya, e que, segundo disse, tinha reservado anteriormente vários voos na agência para ele mesmo e amigos quando se encontrava na cidade.
Segundo o funcionário, Ali perguntou em primeiro lugar por voos para Copenhague e Frankfurt das companhias Etihad Airways ou Catar Airways, mas preferiu a opção mais barata, da China Southern Airlines, que trabalha junto com a Malaysia Airlines, com destino a Amsterdã.
O tenente-general Panu Kerdlarppol, do setor da Imigração tailandesa, disse que uma tailandesa casada com um iraniano chamado Asem pagou pelos bilhetes, de acordo com o grupo estatal de comunicações MCOT.
Uma revista na casa de Asem em Pattaya fez as autoridades pensarem que o iraniano pode pertencer a uma quadrilha de passaportes falsos que ajuda cidadãos do Oriente Médio e Sudeste Asiático a imigrarem para outros países, segundo Panu Kerdlarppol.
Os dois passageiros embarcaram com identidades falsas, do italiano Luigi Maraldi e do austríaco Christian Kozel, que tiveram os passaportes roubados na Tailândia em 2013 e 2012, respectivamente.
No avião viajavam 239 pessoas, 227 passageiros, incluídos dois menores, e uma tripulação de 12 malaios.
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