Uma pesquisa feita por um cientista alemão a pedido da Nasa, a agência espacial americana, concluiu que astronautas que ficam no espaço envelhecem em ritmo mais lento que as pessoas na Terra — ao menos na pele. O professor Karsten Koenig, do departamento de Biofotônica e Tecnologia Laser da Universidade do Sarre, na Alemanha, acredita que há uma produção maior de colágeno em ambientes sem gravidade.
A preocupação da Nasa é com uma missão tripulada a Marte. A viagem de 55 milhões de quilômetros, que vai durar ao menos um ano e meio, pode fracassar caso os tripulantes não resistam a tanto tempo no espaço. Em parceria com a Agência Espacial Europeia, a Nasa encomendou o estudo a Koenig, que usa lasers para fazer exames de tomografia de alta resolução da pele, mil vezes superior aos aparelhos de ultrassom e capaz de olhar dentro das células. A nova técnica é aplicada no projeto Skin B, que visa compreender “os mecanismos de envelhecimento que são mais lentos na Terra e mais acelerados em ambientes sem gravidade”.
“Esses astronautas possuem mais colágeno. Isso significa que existe algum tipo de efeito antienvelhecimento, ao menos na derme, a parte inferior da pele”, disse Koenig.
Pele mais fina
Outro efeito do espaço é tornar a epiderme mais fina, o que vem preocupando os cientistas. “A epiderme, em particular a parte com células vivas, está encolhendo”, revelou Koenig. “Estamos esperando outros astronautas para entendermos o que está acontecendo e, talvez, descobrirmos como podemos nos proteger”.
Três astronautas foram analisados: os italianos Luca Parmitano e Samantha Cristoforetti e o alemão Alexander Gerst. Samantha foi avaliada antes de embarcar para a Estação Espacial Internacional, em novembro do ano passado. Quando retornou, em junho, havia aumento do colágeno e afinamento da pele. “Vimos a epiderme se tornar quase 20% mais fina em seis meses. Para Marte, eles vão precisar de um ou dois anos. Não é muito bom que a epiderme fique cada vez mais fina”, disse Koenig.