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Mulheres moradoras de Gaza que tiveram casas destruídas improvisam forno para assar pão em meio a escombros | REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Mulheres moradoras de Gaza que tiveram casas destruídas improvisam forno para assar pão em meio a escombros| Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Os esforços da Casa Branca e do Departamento de Estado norte-americano para refrear a campanha militar de Israel em Gaza estão sendo burlados pelo Pentágono, que enviou armas aos israelenses sem a autorização do governo, segundo publica o Wall Street Journal nesta quinta-feira (14).

Os esforços diplomáticos dos EUA e as críticas ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, tiveram pouco efeito, uma vez que Israel usou caminhos pelo Pentágono e pelo Congresso norte-americano para receber apoio na guerra em Gaza.

Poucos dias antes da ofensiva terrestre em Gaza e temendo uma guerra prolongada, Israel pediu recursos ao Departamento de Defesa norte-americano para seu domo de ferro, o sistema que intercepta mísseis sobre o território israelense.

O secretário da Defesa, Chuck Hagel, consultou a Casa Branca e propôs ao Congresso uma ajuda de US$ 225 milhões.Como o pedido não era urgente - Israel só precisaria do dinheiro para repor os mísseis interceptores que seriam utilizados ao longo da ofensiva Margem Protetora -, o Congresso deveria aprovar o financiamento nos próximos meses.

Segundo apuração do Wall Street Journal, porém, Israel também solicitou munição diretamente ao Pentágono no dia 20 de julho.

Fontes disseram que o pedido foi aprovado por canais militares três dias depois, mas não foi tornado público e tampouco passou pela aprovação do governo norte-americano.

Com esse acordo, Israel usou US$ 3 milhões financiados pelos EUA para comprar tanques.

O Wall Street Journal diz ainda que, além do pedido por tanques e munições, Israel pediu aos militares norte-americanos um grande número de mísseis Hellfire.

Quando o Pentágono estava prestes a liberar uma parte dos mísseis, a Casa Branca pediu que o órgão de defesa e outras agências militares consultassem o Departamento de Estado antes de aprovar novos pedidos.

Desde então, o governo Obama aumentou o controle no envio de armas a Israel, relata o Wall Street Journal.

A guerra em Gaza levou as relações diplomáticas entre Israel e seu maior aliado ao nível mais baixo desde que Obama assumiu a Presidência em 2009.

Os Estados Unidos condenaram duramente o ataque israelense a uma escola da ONU em Jabaliya, que abrigava cerca de 3 mil palestinos deslocados pelo conflito.

Israel e Hamas respeitam uma trégua nesta quinta (14), depois que um novo cessar-fogo de cinco dias começou com lançamentos de foguetes palestinos e ataques aéreos israelenses durante a noite de quarta (13).

A ofensiva Margem Protetora iniciada em 8 de julho deixou 1.945 palestinos e 67 israelenses mortos.

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