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Igreja

Peregrinos invadem Vaticano para beatificação do Papa João Paulo II

Peregrinos viajam a Roma para  acompanhar beatificação do Papa João Paulo II | Reuters
Peregrinos viajam a Roma para acompanhar beatificação do Papa João Paulo II (Foto: Reuters)

Dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo participam da beatificação do Papa João Paulo II, no Vaticano, neste domingo (1º). Na missa, o sucessor Bento XVI vai pronunciar em latim a declaração que beatifica um dos papas mais populares da história da Igreja. No sábado (30), grupos de peregrinos, muitos vindos da Polônia, terra natal do Papa, lotaram a Praça de São Pedro levando bandeiras nacionais e cantando. "É quase como se ele estivesse aqui", disse Enzo Arzellino, que viajou durante toda a noite de ônibus do sul da Itália com seu grupo paroquial para ver a beatificação.

A praça de São Pedro, onde acontecerá a beatificação, foi enfeitada com retratos de João Paulo II e 27 bandeiras com fotos que mostram um evento em cada ano do seu pontificado.

Roma tem vivido uma grande agitação pela beatificação. A cidade está repleta de cartazes do Papa em ônibus, táxis e postes de luz, uma vez que a cidade espera uma das maiores multidões desde o funeral em 2005, quando milhões de pessoas foram à cidade para o evento.

O cardeal Stanislaw Dziwisz, que esteve ao lado do Papa por décadas como seu secretário particular, disse que estava emocionado com o número de jovens que já se encontravam na praça 24 horas antes da missa de beatificação.

O caixão do Papa João Paulo II foi exumado na sexta-feira das criptas abaixo da Basílica de São Pedro, e será colocado em frente ao altar principal. Depois da missa de beatificação no domingo, o caixão continuará na Basílica, que permanecerá aberta até que todos os visitantes interessados em vê-lo tenham feito isso.

Sofrimento de João Paulo é relembrado em vigília

O sofrimento do Papa João Paulo II é destaque em sua beatificação. Seus assessores testemunham sobre sua longa batalha contra o mal de Parkinson e a freira francesa, curada da mesma doença, tem um papel de protagonista nas cerimônias. O Vaticano decretou que a cura inexplicável da irmã Marie Simon-Pierre foi o milagre necessário para beatificar João Paulo II.

A história do Papa é destaque nas orações da vigília no Circo Máximo, em Roma, que reúne milhares de pessoas na Praça de São Pedro, antes da missa de beatificação, programada para às 10h de domingo. A vigília deve durar a noite toda, na chamada "noite branca" de orações, que irá continuar em oito igrejas até as 5h30 da manhã.

A beatificação acontece apesar das críticas sobre a rapidez do processo com que João Paulo II está sendo honrado. Muitas críticas referem-se ao fato da série de escândalos sexuais de padres com crianças ocorreram durante o mandato de 27 anos de João Paulo. O cardeal Jose Saraiva Martins, chefe aposentado do escritório de beatificação do Vaticano que preside a investigação sobre a vida de João Paulo II no processo, disse que o papa não poderia ser considerado responsável por algo que ele não sabia.

Um vídeo será mostrado na vigília do Circo Máximo focado principalmente nos meses finais da vida de João Paulo II, quando o mal de Parkinson o impossibilitou de falar ou caminhar. Ele morreu em 2 de abril de 2005.

Rita Megliorin, chefe das enfermeiras no departamento de terapia intensiva do Hospital Gemelli em Roma, atendeu João Paulo II em seus meses finais. Ela disse que, durante o período em que o papa permaneceu sob seus cuidados, passou por uma transformação pessoal assistindo à forma como ele lidou com sua morte próxima.

A freira Marie Simon-Pierre sofria de Parkinson e disse que sua doença piorou no período em que João Paulo II morreu. Marie diz que ela e suas companheiras rezavam para João Paulo na noite de 2 de junho de 2005 e ela acordou na manhã seguinte sentindo que seus sintomas haviam desaparecido. "Em uma capela, diante da Eucaristia, eu ouvi uma voz que disse 'você está curada'", disse a freira em uma recente entrevista. "Eu aceitei passar por todos esses exames para a igreja se certificar do milagre porque eu estou convencida de que minha cura foi um milagre e que João Paulo II é um santo,"

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe chegou a Roma neste sábado, apesar do embargo que a União Europeia impõe a suas viagens, para participar da cerimônia de beatificação de João Paulo II, na Cidade do Vaticano. O governo de Mugabe é acusado de violar os direitos humanos. Em 2005, ele foi muito criticado por assistir ao funeral do papa na Praça de São Pedro. O embargo da União Europeia não inclui a Cidade do Vaticano.

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