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Durante os anos de ditadura, para fugir da violência e da repressão no próprio país, milhares de paraguaios cruzaram a fronteira para se refugiar na região de Foz do Iguaçu. A família da dona de casa Margarita Gimenez Baez, 71 anos, foi uma delas.

Ela conta que na época seu pai e alguns parentes acabaram aportando no Brasil porque estavam envolvidos em uma guerrilha antirregime e eram perseguidos. "Meu pai foi preso e fugiu de uma ilha com 48 detentos. Ele passou para o lado brasileiro e o presidente Jânio Quadros mandou um avião buscá-lo. Além disso, concedeu-lhe refúgio político", conta.

Ameaça

Apesar de representar outra nação para o povo paraguaio, a cidade de Foz do Iguaçu não era um porto tão seguro assim. Era preciso ficar atento a cada passo que se dava porque a temida Operação Condor -- aliança militar formada por Brasil, Paraguai, Chile, Argentina, Bolívia e Uruguai -- estava em andamento. "Tínhamos medo porque qualquer um de nós podia ser sequestrado", lembra. Foi o que aconteceu com alguns paraguaios que viviam em Foz. Acabaram perseguidos e sequestrados no Brasil.

Com o fim da ditadura, em 1989, algumas famílias voltaram ao país, enquanto outras, como a de Margarida, resolveram adotar o Brasil para viver. "Tenho filhos e netos brasileiros e resolvi ficar", diz.

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