As especulações sobre a saúde do líder norte-coreano Kim Jong-il, de 66 anos, leva também a questões sobre quem poderia sucedê-lo. Kim faltou nesta terça-feira (9) ao desfile de aniversário do país, e uma autoridade de inteligência dos EUA afirmou que ele pode ter sofrido um derrame.

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A seguir, alguns cenários apresentados por especialistas dos EUA, que alertam que ninguém sabe quem vai liderar a Coréia do Norte após Kim, ou mesmo se o Estado comunista poderá sobreviver a ele.

Sucessão dinástica

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Kim Jong-il, que herdou em 1994 o poder de seu pai, Kim Il-sung, fundador do Estado, poderia nomear como sucessor um dos seus três filhos. Kim Jong-nam, 37 anos, e seus meio-irmãos Kim Jong-chol, 26, e Kim Jong-eun, nascido em 1983, receberam educação de elite na Coréia do Norte e na Europa. Mas, ao contrário do pai, nunca foram identificados como sucessores dinásticos, nem passaram décadas galgando cargos políticos. Jang Song-taek, 62 anos, cunhado do dirigente, também é citado como possível sucessor, mesmo que interino.

Regime militar

Kim Jong-il preside a Comissão Nacional de Defesa e seu Exército Popular, com 1 milhão de integrantes, além de ser o chefe do Partido dos Trabalhadores da Coréia. Em seus 14 anos no poder, Kim adotou uma doutrina que prioriza as Forças Armadas, consideradas a defesa contra o mundo exterior. Há entretanto divisões entre gerações e entre facções leais a um ou outro dos filhos de Kim.

Liderança coletiva

Um dos três filhos de Kim, seu cunhado Jang ou o veterano vice-líder Kim Yong-nam, de 80 anos, poderia se tornar o líder simbólico de uma liderança coletiva exercida a partir do Partido dos Trabalhadores da Coréia, da Comissão Nacional de Defesa ou de uma coalizão desses grupos.

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Absorção pela Coréia do Sul

A economia da Coréia do Norte só funciona com ajuda externa, especialmente da rival histórica Coréia do Sul. Alguns analistas sugerem que, sem a liderança de Kim, a Coréia do Norte perderá legitimidade como Estado e pode ser absorvida à Coréia do Sul, que tem o dobro da população e é muito mais rica. A Coréia do Sul reluta em assumir o ônus do eventual colapso norte-coreano, e para evitá-lo envia ajuda e investimentos.

Segurança nuclear

A Coréia do Norte, que em outubro de 2006 realizou o teste subterrâneo de uma arma nuclear, supostamente tem urânio para 6 a 10 ogivas atômicas, obtidas em centrífugas que começam a ser desmanteladas sob um acordo multilateral. Mas o real tamanho e a localização desse arsenal atômico é um segredo muito bem guardado, que será uma questão de urgente preocupação em qualquer cenário pós-Kim.

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