Estudantes deixam velas, flores e bichinhos no cenário do massacre em Albertville Realschule| Foto: Michael Dalder / Reuters
Foto de arquivo mostra o adolescente Tim Kretschmer
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A polícia da Alemanha disse nesta quinta-feira (12) que não tem certeza se os post do adolescente Tim Kretschmer, que matou 15 pessoas antes de se suicidar na quarta-feira, que supostamente avisavam pela internet de sua intenção de cometer os crimes, podem ser falsos. Mais cedo, o ministro do Interior do estado alemão de Baden-Württemberg, Heribert Rech, havia dito que as mensagens eram legítimas.

Klaus Hinderer, porta-voz da polícia, disse que uma investigação sobre a veracidade do texto está sendo feita.

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"Estou farto desta vida", "todos riem de mim" e "ninguém reconhece meu potencial", teria dito Tim, de 17 anos, em uma sala de bate-papo. "Eu tenho armas e vou a minha ex-escola de manhã e fazer um "churrasco" apropriado", disse.

Ele ameaçou que as pessoas deveriam "ficar atentas" para o que aconteceria no dia seguinte. "Vocês vão ouvir falar de mim amanhã. Lembrem do nome do lugar: Winnenden."

As suposta mensagens de Tim foram registradas por um internauta da Baviera que, no momento, não as levou a sério. Depois do massacre, ele recuperou o texto e informou a polícia sobre o caso, segundo o ministro.

Pai

Autoridades alemãs avaliam se apresentam acusações formais contra o pai do adolescente.

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O garoto, que os vizinhos descreveram como um garoto isolado e com gosto por vídeos violentos, aparentemente se suicidou após a polícia ter entrado em confronto com ele, horas depois de ter fugido do colégio e sequestrado um carro.

Tim usou no massacre uma pistola Beretta 9 milímetros, legalmente registrada e cujo dono era o seu pai, colecionador de armas e membro de um clube de tiro.

A polícia afirmou que as outras 14 armas do pai estavam trancadas em um closet, como exigido pelas leis alemãs, mas que ele mantinha a Beretta em seu quarto.

"Tudo aqui aponta para negligência por parte do pai no que diz respeito ao armazenamento de suas armas", afirmou o porta-voz da polícia Ralf Michelfelder.

Ele disse que agora está nas mãos dos promotores locais decidir se apresentam acusações contra o pai do garoto.

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A Alemanha endureceu as suas leis de posse de armas em 2002, após Robert Steinhauser, um garoto de 19 anos, ter matado 16 pessoas, a maioria professores, em um colégio na cidade alemã de Erfurt, no leste do país. Nesse caso, o agressor se matou em seguida.

As mudanças elevaram a idade mínima para posse de armas de 18 para 21 anos e exigiram que os compradores de armamentos abaixo de 25 anos apresentem um certificado de saúde física e mental.

As leis de controles de armas da Alemanha já exigem que os requerentes passem por rigorosos exames que podem levar até um ano para serem finalizados. Mesmo assim, cerca de oito milhões de pessoas possuem armas de forma legal no país, uma em cada dez pessoas.

As escolas permaneceram fechadas em Winnenden nesta quinta-feira, mas os estudantes foram ao Albertville Realschule, cenário do massacre, com flores, velas, CDs e bichinhos de pelúcia. Alguns permaneceram em um silencioso luto, outros choraram e outros abraçaram amigos e pais.

A polícia disse que Tim disparou 60 tiros na escola depois de entrar em uma sala de aula por volta das 9h30 (horário local). Ele atirou em várias de suas vítimas na cabeça a curta distância e aparentemente tinha as mulheres como alvo.

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Oito dos nove estudantes mortos e as três professoras que matou eram do sexo feminino.

Quando a polícia chegou à escola, Kretschmer fugiu, atirou em outra pessoa em frente a uma clínica psiquiatra e depois forçou um motorista a levá-lo para fora de Winnenden, uma cidade de 2 mil habitantes localizada perto de Stuttgart.

Ele desceu do carro que sequestrou em Wendlingen, a cerca de 30 quilômetros do colégio, atirou em dois homens em uma loja de carros e feriu com gravidade dois policiais antes de aparentemente ter tirado a sua própria vida.