Grandes manifestações contra o governo do Bahrein ocorrem pelo quinto dia consecutivo hoje, durante os funerais de quatro pessoas mortas nos protestos no país. Os líderes oposicionistas afirmam que a violenta repressão do governo na verdade fortaleceu suas demandas por uma mudança de regime, segundo informa o Wall Street Journal. Policiais abriram fogo contra os manifestantes na capital Manama, de acordo com testemunhas.
Manifestantes que foram até um hospital de Manama disseram que havia muitos mortos, após as forças de segurança dispararem nos grupos que protestavam. Ainda não está claro se a polícia disparou nas pessoas ou para cima, nem se usou balas de verdade ou de borracha. Os manifestantes disseram que os agentes de segurança também bloquearam o acesso para ambulâncias que respondiam aos pedidos de socorro. A polícia também usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
O príncipe Salman bin Khalifa, vice-comandante das Forças Armadas do Bahrein, divulgou um emocionado apelo por calma na televisão estatal, minutos após os registros de violência hoje. Segundo ele, quando os manifestantes se retirarem o exército deixará também as ruas e poderá ser iniciado um "diálogo". "Eu estou apelando por calma, deem tempo para nós pensarmos", disse o príncipe. De maioria muçulmana xiita, o Bahrein é controlado por uma dinastia sunita. Os manifestantes exigem democracia e melhorias econômicas.
Em Sitra, uma empobrecida área xiita onde vivem 150 mil pessoas, nas proximidades da capital, dezenas de milhares de pessoas se reuniram para enterrar três homens mortos em confrontos na manhã de ontem. Esse parecia ser o maior ato até o momento no país desde o início dos protestos contra o regime, na segunda-feira.
Líderes da oposição no funeral disseram que a repressão do governo fortaleceu suas demandas por uma mudança política imediata. "Nós precisamos urgentemente mudar este governo... Se você usa a força dessa forma, você perde. O povo não vai parar de tentar conseguir seus direitos", afirmou o xeque Ali Salman, líder do Al-Wafaq, principal bloco da oposição, enquanto caminhava em meio aos caixões carregando uma bandeira do Bahrein. As informações são da Dow Jones.