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oriente médio

Polícia e manifestantes entram em choque na Síria

Protestos irromperam em pelo menos três cidades da Síria hoje, nos mais graves tumultos em anos em um dos Estados mais repressivos do Oriente Médio, de acordo com a televisão estatal síria, testemunhas e a mídia social.

O canal de televisão estatal acusou que "infiltrados" na cidade de Dera, no sul do país, provocaram "caos e tumultos", destruíram carros e propriedades "públicas e privadas", antes de atacarem a polícia, que tentava expulsá-los do centro da cidade. Segundo a TV da Síria, outra manifestação, embora pacífica, ocorreu na cidade de Banyas, no Mediterrâneo, e foi dispersada pela polícia.

Na capital Damasco, a polícia dispersou dezenas de manifestantes que pediam mais liberdade, disseram grupos de defesa dos direitos humanos. Segundo eles, o protesto ocorreu após as preces da sexta-feira, no pátio da Mesquita dos Omíadas. Dois manifestantes foram detidos.

Vídeos amadores postados no YouTube mostraram manifestações em várias cidades, mas a autenticidade das gravações não pôde ser verificada. Nas imagens as pessoas gritavam por "liberdade" e pediam que o governo permita várias expressões, como o direito de mulheres frequentarem escolas e universidades usando o véu.

Sérios distúrbios políticos na Síria representariam uma expansão da onda de revoltas que varre o mundo árabe desde janeiro. A maioria da população do país é muçulmana sunita, mas o governo é formado por uma minoria islâmica alauita (um ramo do xiismo), e possui uma história de brutalidades contra os dissidentes. Durante um levante de fundamentalistas islâmicos sunitas na cidade de Hama, em 1982, o presidente Hafez Assad, pai do atual presidente, Bashar Assad, matou milhares de manifestantes.

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