A polícia britânica negou neste sábado ter oferecido uma indenização de US$ 1 milhão à família de Jean Charles de Menezes, morto em Londres por policiais que o confundiram com um terrorista. A notícia foi dada pelo jornal "Daily Mail", em uma reportagem publicada na edição de hoje. Segundo o tablóide, os pais do brasileiro teriam recusado a oferta.
"Não vamos ser comprados. Não seremos silenciados. Não se trata de dinheiro, mas de Justiça", teriam declarado Matozinho e Maria de Menezes ao tablóide britânico.
A família do brasileiro acusou o comissário-chefe da Polícia Metropolitana, Ian Blair, de mentir sobre o episódio e pediu sua demissão do cargo.
Por sua vez, Blair voltou a afirmar neste sábado que não houve "acobertamento" da morte de Menezes, mesmo após documentos sobre a investigação que vazaram para a imprensa britânica botarem em dúvida a versão das forças de segurança para o episódio.
Mesmo afirmando isso, a polícia rebateu a acusação do "Daily Mail". "Negamos contundentemente a sugestão de quem um montante de cerca de US$ 1 milhão foi oferecido como compensação", declarou um porta-voz da Scotland Yard, departamento de investigação da Polícia Metropolitana de Londres. "A única discussão que estamos mantendo com a família de Jean Charles de Menezes foi sobre gastos iniciais", acrescentou o porta-voz.
De acordo com o tablóide, o subcomissário da Polícia Metropolitana de Londres, John Yates, teria viajado há duas semanas para o Brasil para fazer a oferta à família de Menezes. Yasmin Khan, porta-voz do grupo "Justiça para Jean", que busca esclarecer a morte do brasileiro, afirmou que "se falou de dinheiro, mas que a oferta não foi aceita".
- A família se sentiu insultada e não está disposta a vender-se - explicou Khan ao jornal.
Uma delegação do Ministério da Justiça do Brasil deve chegar a Londres nesta segunda-feira para supervisionar o desenvolvimento da investigação sobre a morte do brasileiro.
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