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O número 2 da Irmandade Muçulmana e dois outros líderes do grupo opositor foram presos hoje pela polícia do Egito. As autoridades realizam uma ofensiva contra membros da mais poderosa entidade egípcia de oposição, em vários pontos do país. As prisões ocorrem após a Irmandade Muçulmana escolher uma nova liderança e antes das eleições parlamentares marcadas para outubro.

A polícia prendeu o novo vice-líder do grupo, Mahmoud Ezzat, e dois outros membros da cúpula, Essam el-Erian e Abdul-Rahman el-Bir. Um quarto membro do conselho que toma as decisões na Irmandade Muçulmana não estava em casa, quando a polícia chegou para detê-lo.

O grupo sugeriu que as prisões estão relacionadas ao apoio da Irmandade Muçulmana aos palestinos na Faixa de Gaza e por causa das eleições parlamentares. "Este regime não quer nem um parceiro nem um participante" na administração do país, afirmou um porta-voz do grupo. Segundo ele, a organização mantém seus planos de participar nas eleições parlamentares de outubro.

A Irmandade Muçulmana foi banida em 1954, mas é, em alguns casos tolerada pelo Estado. Seus candidatos podem concorrer como independentes. Em 2005, o grupo obteve 20% das cadeiras no Parlamento, tornando-se o principal da oposição.

A ofensiva policial ocorre semanas após o movimento eleger seu novo líder, Mohammed Badie, o que gerou forte cobertura da mídia. Badie imediatamente embarcou para uma série de encontros com vários intelectuais e figuras da oposição pelo país.

"Nos últimos dias, após a ascensão de Mohammed Badie, houve uma espécie de ofensiva na mídia, na qual ele fez várias declarações e se encontrou com muitas pessoas", notou Diaa Rashwan, um especialista em movimentos islâmicos. Na opinião dele, a medida é "uma espécie de intimidação" realizada pelo governo.

A Irmandade Muçulmana defende a implantação de um Estado islâmico no Egito, implementando a lei islâmica (Sharia). Já os moderados dentro do grupo avaliam que, ao invés de se insistir na criação de um Estado islâmico, o melhor é promover os valores islâmicos em um sistema democrático.

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