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Uma reação aos efeitos da crise econômica que vem sendo ligada à xenofobia é o aumento do protecionismo comercial. Em busca de maior aceitação entre o eleitorado, políticos de vários países dão voz ao movimento interno que pede proteção à indústria e ao emprego nacional. Exemplos não faltam.

O Congresso dos EUA tenta passar uma medida apelidada "buy american", ou "compre produtos americanos", como cláusula do pacote de estímulo de US$ 789 bilhões. Também foram aprovados pacotes de estímulos para veículos, aço, têxteis e construção de navios.

Na União Europeia, o presidente francês Nicolas Sarkozy liberou empréstimos a juros baixos (de 3 bilhões de euros) às montadoras francesas Renault e PSA, que controla Peugeot e Citroën, com a condição de que não demitam na França – o que não foi cumprido.

Já o maior banco da Alemanha, o Deutsche Bank, teria recusado dinheiro de um plano de estímulo por discordar das cláusulas de intervenção que lhe seriam impostas. Indo na mesma linha, o ministro de Finanças de Portugal, Fernando Teixeira de Souza, esteve no Brasil na semana passada e falou contra o protecionismo. "Se, em um momento difícil como o que vivemos, nos deixarmos dominar pelo egoísmo nacionalista, será como dar um passo atrás muito grande, que vai pôr em risco tudo que conquistamos nessas décadas", disse ao jornal Valor Econômico.

O professor de direito internacional da UniBrasil Eduardo Gomes, autor de União Europeia e Multiculturalismo, espera que realmente haja um freio nas medidas protecionistas. "Num momento de crise, os Estados adotam modelos de proteção do mercado e dos trabalhadores que acabam sendo prejudiciais ao comércio internacional. Na prática, o discurso da globalização está sendo colocado em xeque." (HC)

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