Seis políticos do alto escalão do Partido de Ação Nacionalista, sigla de oposição ao governo turco atual, renunciaram neste sábado, após a divulgação de vídeos com um escândalo sexual na internet, em um episódio que pode ter consequências amplas nas eleições do dia 12 de junho. A imprensa turca informou que congressistas do Partido de Ação Nacionalista apareceram em vídeos comprometedores na internet. Quatro líderes importantes do grupo partidário linha dura já haviam renunciado no início deste mês em razão de vídeos semelhantes, alguns deles mostrando relações sexuais dos políticos em uma casa que os membros do partido usavam para relações não conjugais.
"Eu estou renunciando para poupar o meu partido dos danos que essas acusações podem causar", disse o congressista Deniz Bolukbasi, um dos políticos que fez parte do novo grupo envolvido no escândalo. Ele alegou que foi vítima de uma conspiração política.
Um grupo chamado "Nacionalistas Diferentes" divulgou os vídeos, desencadeando acusações do Partido de Ação Nacionalista de que aliados do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan estariam tentando desestruturar o partido. O grupo aliado ao governo negou as acusações.
Pesquisas mostram que o partido detém aproximadamente 10% do apoio necessário para um partido de pequeno porte assegurar seu espaço no Parlamento. Caso não consiga manter o suporte mínimo de 10%, os votos destinados à legenda serão redistribuídos para outros partidos representados no Parlamento, o que daria ainda mais poder ao partido governista de Erdogan. A legenda governista caminha, tranquilamente, para manter seu terceiro mandato no poder, mas busca conquistar uma base majoritária que lhe permitiria reescrever a Constituição turca.
Autoridades turcas correram para bloquear os acessos aos vídeo. "Cabe ao partido lidar com seus assuntos internos", disse o ministro de Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, em entrevista à emissora NTV. "Por mais pouco ético que possa ser, eu não acredito que a divulgação desses vídeos seria correta, julgando do ponto de vista humanitário."
No ano passado, Deniz Baykal, o longevo líder do Partido Republicano Popular (CHP), renunciou como presidente da legenda após a exibição de um vídeo em que aparecia semi nu colocando meias, enquanto sua colega deputada Nesrin Baytok, também do CHP ajeitava a cama. Baykal também alegou que foi vítima de um complô. Uma investigação foi aberta, mas nada foi descoberto.
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