Moradores de Benghazi disseram nesta quarta-feira que já se sentem suficientemente seguros para começar a devolver armas tomadas depois de as forças de segurança do governo líbio perderem o controle da cidade, a segunda maior do país.
Essas fontes disseram que as armas estão sendo recolhidas por organizadores da revolta que fez a cidade cair nas mãos dos manifestantes contrários ao ditador Muamar Kadafi - o que foi possível depois que unidades do Exército mudaram de lado e pararem de reprimir manifestações nas quais houve dezenas de mortos.
Grande parte do leste da Líbia está agora nas mãos de manifestantes contrários ao regime, segundo moradores da região.
"Todas as armas que os jovens pegaram estão sendo devolvidas à sede da Suprema Corte e ao vizinho Complexo da Promotoria, e também a alguns acampamentos onde a revolução foi organizada", disse o estudante Ali, 18 anos.
Assim como outros, ele falou à Reuters por telefone, de Benghazi.
"A situação da cidade é estável desde que houve a tomada dos batalhões e a cidade passou ao controle do povo e dos jovens, que estão organizando o tráfego, junto com a polícia", disse Ali, que não informou seu sobrenome.
A rebelião, parcialmente inspirada nas revoltas das vizinhas Tunísia e Egito, já se alastrou para Trípoli, a capital, no oeste.
Na terça-feira, Kadafi - no poder desde 1969 - disse que pretende morrer "como mártir" em seu país, e convocou seus seguidores a irem às ruas para esmagar a revolta.
"Os cidadãos agora estão começando a recolher os armamentos das ruas e a devolvê-los, porque agora se sentem seguros e não há mais necessidade deles, como foi o caso durante os tiroteios", disse à Reuters Ahmed El Rayet, de Benghazi.
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