O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, se mostrou confiante em relação à reunião que será realizada na cidade de Minsk com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os representantes da União Europeia, a qual, segundo ele, poderá trazer paz à Ucrânia.
"Espero que o resultado das reuniões seja a paz na Ucrânia. Se alcançarmos um acordo hoje que traga a paz, seria um acontecimento histórico", disse Poroshenko durante a reunião com o presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko.
Logo após chegar à capital bielorrussa, Poroshenko se reuniu com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e espera-se que ele também tenha um tête-à-tête com o chefe do Kremlin, como informou a agência oficial bielorrussa "Belta".
Poroshenko e Putin se sentaram na mesma mesa apenas em uma ocasião, no início de junho e durante os festejos do 70º aniversário do desembarque de Normandia, encontro que ocorreu na presença da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande.
Segundo o Kremlin, em caso de uma possível reunião entre Putin e Poroshenko, Moscou espera que esta se centre na crise humanitária que vive a população no leste da Ucrânia, palco de combates entre forças governamentais e milicianos pró-Rússia desde final do mês de abril.
Em relação a um possível fim do conflito, a Rússia insiste em pedir o fim da ofensiva militar das tropas ucranianas nas regiões de Donetsk e Lugansk, assim como o estabelecimento de um cessar-fogo incondicional.
A Ucrânia, por outro lado, alega que a solução do conflito passa obrigatoriamente pelo desarmamento das milícias pró-russas que se sublevaram contra Kiev.
"Com os grupos armados ilegais só se pode falar com a força, ao menos até deporem suas armas", afirmou ontem à noite Poroshenko ao anunciar a dissolução da Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia e convocar eleições antecipadas para o próximo dia 26 de outubro.
A reunião na capital bielorrussa ocorre em um ambiente de extrema desconfiança: Ucrânia e Ocidente acusam a Rússia de fornecer armamento aos rebeldes pró-Rússia, enquanto Moscou acusa Kiev de massacrar a população russa do leste ucraniano.
O marco da esperada reunião serão as consultas entre a UE e a União Aduaneira, composta por Rússia, Belarus e Cazaquistão, nas quais serão abordados tanto o conflito ucraniano como a segurança energética, o que mais preocupa Bruxelas.
A UE, que pensa em apresentar a Moscou argumentos positivos sobre a associação entre os 28 e a Ucrânia, também estará representada pelos comissários de Comércio, Karel De Gucht, e Energia, Günther Oettinger.
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