A Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, recebe presente de uma criança ao chegar a El Salvador| Foto: Yuri Cortez/AFP

A posse do governo de esquerda hoje em El Salvador vai além do lado pitoresco de ter um ex-repórter da CNN e uma brasileira petista como casal presidencial. A chegada de Mauricio Funes à Presidência aumenta a pressão na América Latina para o fim do embargo econômico americano a Cuba. Os EUA passarão a ser o único país do continente sem relação formal com a ilha.

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Funes derrotou o partido de direita que dirigia o país havia 20 anos e, dias depois de uma disputa voto a voto, prometeu retomar, após 50 anos, as relações diplomáticas com os cubanos assim que assumisse.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e seu gabinete se apressaram em dizer que nada muda na relação com o menor país da América Central – a chanceler Hillary Clinton estará presente à posse.

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O presidente Lula também estará em San Salvador. Em meio à campanha eleitoral salvadorenha, o petista foi citado como exemplo por Funes. Pragmática e com direito a uma espécie de "Carta ao Povo Brasileiro" às vésperas do pleito, a fim de acalmar empresários, a propaganda de Funes foi tocada pelo marqueteiro da reeleição de Lula, João Santana.

Famoso pelo trabalho como repórter de tevê na guerra civil e sem vínculos com a luta armada, Funes filiou-se há apenas dois anos à Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), convertida em partido em 1992 depois de ter atuado como guerrilha numa guerra civil de 12 anos que deixou um saldo de 75 mil mortos.

A FMLN é aliada histórica do PT, partido da nova primeira-dama salvadorenha, a brasileira Vanda Pignato. Lula aproximou-se de Funes por conta dela e vê na troca de comando em El Salvador chance de iniciar processo de integração com a América Central nos moldes do que ocorre com os vizinhos sul-americanos.

Duas semanas atrás, Lula enviou seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, a El Salvador. Ele deu dicas operacionais à equipe de Funes, sobre como funciona uma máquina de governo e como se negocia para formar uma base de apoio.

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