Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu ontem que a frustração do eleitorado norte-americano com o ritmo lento da recuperação econômica permitiu aos republicanos tomarem o controle da Câmara dos Representantes nas eleições de ontem. "E, como presidente, eu assumo a responsabilidade" pelo fato de a recuperação do emprego não acontecer na velocidade desejada, declarou Obama em extensa entrevista coletiva concedida na tarde de ontem na Casa Branca.
O líder norte-americano também afirmou que buscará trabalhar em conjunto com a oposição republicana nos temas mais importantes, como a economia, mas advertiu aos formuladores de política que não tentem trazer de volta à tona questões espinhosas, como a reforma no setor de saúde promovida por seu governo.
"Nós não obtivemos progressos suficientes na economia", disse Obama, que pertence ao Partido Democrata, considerado o grande derrotado nas urnas na votação de terça-feira. "Isso deixa claro para mim que preciso trabalhar mais e melhor, assim como todo mundo em Washington", prosseguiu.
Ao mesmo tempo em que buscou passar uma mensagem conciliatória para os republicanos e prometeu tentar superar as divisões partidárias em questões como política energética, Obama repudiou sugestões de que os leitores teriam dado à oposição o direito de rever leis aprovadas no período em que a Câmara foi controlada pelos democratas.
"Creio que interpretaremos erroneamente essa eleição se acharmos que o povo norte-americano quer que passemos os próximos dois anos retomando as discussões divisoras que tivemos nos últimos dois anos", disse o presidente.
O presidente dos EUA declarou ainda que, assim que o Congresso voltar ao trabalho, no dia 15, trabalhará para garantir que "não haja nenhum aumento de impostos para as famílias de classe média".
Obama defendeu a agenda de seu governo na primeira metade de seu mandato, inclusive a reforma na saúde, a resposta à crise financeira internacional e a lei de estímulo econômico. Segundo ele, as ações adotadas foram necessárias, apesar de a frustração dos eleitores com algumas medidas ser compreensível.
O presidente norte-americano disse ainda que, no momento, as economias externas representam o principal desafio para os Estados Unidos.
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