Um grupo de prefeitos da França escreveu ao ministro do Interior do país pedindo-lhe para acolher mais imigrantes e refugiados em suas vilas, enquanto os políticos europeus discutem soluções para a maior crise migratória do continente desde a Segunda Guerra Mundial.
Austrália aceitará mais refugiados sírios e quer “resposta de segurança”
A Austrália vai aceitar mais refugiados de campos na região da Síria e do Iraque e “está aberta” a fornecer mais ajuda financeira, disse neste domingo o primeiro-ministro, Tony Abbott, acrescentando que uma “resposta forte de segurança” é necessária para a região.
O governo australiano deve decidir em uma semana se se junta aos ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria, tendo sido parte das operações no Iraque desde o ano passado.
“É importante que haja uma resposta humanitária, mas é importante que haja uma reposta forte de segurança também”, disse Abbott à imprensa.
O ministro de Imigração, Peter Dutton, irá a Genebra para se encontrar com o comissário das Nações Unidas para refugiados e perguntar que ajuda adicional a Austrália pode fornecer, segundo Abbott.
“Estamos dispostos a abrigar mais pessoas dessa região em conflito”, afirmou ele. “Estamos abertos a dar mais ajuda financeira à UNHCR (agência das Nações Unidas para refugiados).”
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, enviou uma carta aos prefeitos no fim de semana convidando-os a Paris para discutir a melhor maneira de resolver a crise. A reunião está marcada para o próximo sábado (12). “Ao longo dos últimos dias, muitos de vocês têm manifestado vontade de acolher em suas cidades refugiados e requerentes de asilo. Considerando-se o drama humano que o mundo está enfrentando, eu gostaria de agradecer a vocês”, escreveu Cazenove.
A carta de Cazeneuve vem enquanto a Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, programou a apresentação de uma proposta para redistribuição de mais de 100.000 refugiados na próxima terça-feira (8). O esforço centralizado para a redistribuição é uma tentativa de costurar um acordo no continente, já que alguns países, particularmente do Leste Europeu, se pronunciaram contra um sistema de quotas de imigrantes por país.
Na França, há uma divisão sobre a melhor maneira de resolver a crise. Uma pesquisa feita pelo instituto Odoxa, publicado pelo jornal francês Le Parisien neste domingo, mostrou que a maioria dos franceses, 55%, são contra relaxar suas regras para acolher imigrantes, como fez a Alemanha.
Os políticos da direita atacaram o plano de redistribuição dos refugiados, ressaltando os riscos políticos para o presidente François Hollande. A líder do partido Frente Nacional, de extrema direita, Marine Le Pen, durante participação no encontro anual de seu partido em Marselha, no sábado, disse que os migrantes devem ser “enviados de volta ao seus países, mesmo que isso signifique organizar zonas humanitárias onde fiquem seguros”, de acordo com uma entrevista a um canal de televisão local.
Mais de 8.000 pessoas com alguns cartazes que diziam “Bem-vindo Refugiados” e “Não em nosso nome” organizaram uma manifestação perto da Place de la République, em Paris, no sábado, para mostrar solidariedade com os migrantes, de acordo com um oficial da polícia local.