O furacão Irene destruiu até 1,1 bilhão de dólares em patrimônios cobertos por seguro durante sua passagem pelo Caribe, disse na sexta-feira a empresa de avaliação de catástrofes AIR Worldwide, e mais prejuízos são esperados com a passagem da tempestade pelo nordeste dos EUA.
Embora ninguém saiba ao certo onde o Irene irá atingir a costa norte-americana nem com que força, na sexta-feira parece haver certeza que Filadélfia, a costa de Nova Jersey, a cidade de Nova York, Long Island e grandes trechos de Connecticut, Rhode Island e Massachusetts serão atingidos.
Os prejuízos cobertos por seguros no Caribe devem ficar entre 500 milhões e 1,1 bilhão de dólares, principalmente nas Bahamas, disse a AIR, um das três empresas usadas pelo setor de seguros para avaliar os impactos de desastres naturais ou humanos.
A AIR já havia alertado que o Irene deveria causar mais estragos nas ilhas do que o furacão Floyd, de 1999, o último a atingir o arquipélago de forma tão direta.
Agora, a grande questão é qual estrago o Irene causará na Costa Leste dos EUA. Algumas estimativas falam em até 4 trilhões de dólares em patrimônio coberto por seguros na rota da tempestade.
Uma análise do blog FiveThirtyEight, que é ligado ao The New York Times e trata de temas estatísticos, mostrou que um furacão da categoria 2 que chegue à costa numa distância de até 160 quilômetros de Nova York pode causar prejuízos de pelo menos 2,15 bilhões de dólares só nessa cidade.
Se o impacto ocorrer a menos de 80 quilômetros, o prejuízo em Nova York pode alcançar 10 bilhões de dólares.
Dependendo do tamanho da tempestade, os prejuízos podem levar a uma estabilização ou aumento no custo dos seguros, após anos de declínio provocado pela forte concorrência no setor e pelo excesso de oferta.
No final da tarde de sexta-feira, no entanto, todos os sinais eram de que o Irene estava se enfraquecendo, contrariando as expectativas iniciais. A AIR disse que aparentemente a tempestade estará na categoria 2 quando atingir a costa das Carolinas, e ficará no limite da categoria 1 ao passar por Long Island na tarde de sábado.
Mas o fato de os ventos serem menos fortes pode ser um falso alívio, disse o diretor de ciência atmosférica da empresa, Peter Dailey, já que a tempestade também está avançando para o norte com maior velocidade do que se previa, e uma coisa pode "compensar" a outra.
A tempestade pode causar problemas também em investidores que detém os chamados "títulos catastróficos", papéis que as seguradoras emitem para transferir seus riscos ao mercado de capitais.
O volume desses títulos com exposição ao risco de furacões nos EUA é de 67 por cento- sendo 506 milhões de dólares em exposição a furacões só na Carolina do Norte, segundo a corretora Guy Carpenter's GC Securities.
Papéis como o Shore Re Ltd, que cobre danos por furacões em Massachusetts, e o Johnston Re Ltd, que serve para furacões na Carolina do Norte, podem ser particularmente arriscados neste momento. A Standard & Poor's disse na sexta-feira que adiará a divulgação de qualquer avaliação para depois da passagem do Irene, mas que o furacão pode fazer alguns papéis entrarem em "observação negativa", caso os danos pareçam graves.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”