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Os líbios deverão poder votar dentro de oito meses para eleger um conselho nacional, que irá elaborar uma nova constituição e formar um governo interino, disse o primeiro-ministro Mahmoud Jibril neste sábado.
Após a morte de Muamar Kadafi nesta semana, a prioridade é remover armas das ruas da Líbia, restaurar a estabilidade e a ordem e começar um processo de reconciliação nacional, afirmou Jibril no Fórum Econômico Mundial, na Jordânia.
"A primeira eleição deve acontecer dentro de um período de oito meses, no máximo, para constituir um congresso nacional na Líbia, algum tipo de Parlamento", disse ele.
"Esse congresso nacional teria duas tarefas: elaborar uma constituição, sobre a qual teríamos um referendo, e, segundo, formar um governo interino para durar até que as primeiras eleições presidenciais sejam realizadas."
O Conselho de Transição Nacional (CTN) da Líbia disse que planeja declarar a total "liberação" do país no domingo, após o assassinato de Kadafi por combatentes que invadiram Sirte, sua cidade natal.
Jibril disse que a morte de Kadafi fez com que ele se sentisse "aliviado e renascido", alcançando o objetivo principal que unia milícias e batalhões do Exército contra forças leais ao líder desde que a insurgência começou, em fevereiro.
A estabilidade exigirá que o CNT -- constituído por liberais seculares, islamistas e anciãos tribais -- prove disposição para conciliação, uma qualidade detestada durante o regime ditatorial de Kadafi.
O progresso dependerá de duas coisas, disse Jibril, que afirmou também que espera poder renunciar ainda neste sábado.
"Primeiro, que tipo de determinação o CNT mostrará nos próximos dias, e a outra coisa depende principalmente do povo líbio: se eles diferenciam o passado e o futuro", afirmou.
"Eu estou contando com eles para olhar adiante e lembrar o tipo de agonia que eles passaram nos últimos 42 anos."
Jibril disse que o país do norte da África --que Kadafi transformou em grande exportador de energia-- precisa de visão para encontrar outra fonte de renda, porque a Líbia já consumira 62 por cento de seu petróleo.
"Nós precisamos aproveitar essa oportunidade muito limitada", afirmou. "Nós deveríamos usar esse momento apropriadamente para construir uma economia alternativa o mais rápido possível."