Os atentados que mataram 112 pessoas em Bagdá nesta semana foram realizados com apoio do exterior, disse o premiê iraquiano Nuri al-Maliki na quarta-feira, antes de substituir o chefe da segurança.
A série de carros-bomba na terça-feira na capital iraquiana foi o ataque mais violento no país em seis semanas, lembrando de forma brutal a ameaça que a insurgência sunita ainda representa, mais de seis anos depois da invasão dos Estados Unidos.
Fontes do Ministério da Saúde disseram que 77 pessoas morreram, mas fontes número de vítimas chegou a 127 segundo outras agências.
Os ataques ocorreram horas antes de o governo anunciar, após semanas de impasse político, que a eleição parlamentar no Iraque será em 7 de março. Inicialmente, a intenção era realizar o pleito em meados de janeiro. O adiamento ameaçava prejudicar os planos dos EUA para a desocupação do país.
"Iraquianos de todas as seitas têm enfrentado a campanha terrorista mais feroz apoiada do exterior", disse Maliki pela TV, sem acusar nenhum país específico.
Em agosto o premiê acusou a Síria de abrigar militantes responsáveis por várias explosões, inclusive dois ataques contra ministérios que mataram 95 pessoas no Iraque.
Os quatro atentados de terça-feira usaram explosivos plásticos C-4 oriundos do exterior, segundo Jihad al-Jabiri, chefe do departamento de munições do Ministério do Interior.
"Eles vieram de fora do Iraque, de baathistas (seguidores do ex-ditador Saddam Hussein) e da Al Qaeda, com a ajuda de um país vizinho. Isso exige dinheiro e um grande apoio da Síria, da Arábia Saudita ou de outro país. Esses Estados não estão alheios", afirmou.
O Iraque também acusa governos vizinhos de não se empenharem em impedir a infiltração de combatentes estrangeiros em suas fronteiras e de não reprimirem seguidores do partido Baath e da Al Qaeda. Já os EUA acusam o Irã de treinar e armar militantes xiitas.