O premiê peruano, Yehude Simon, disse na terça-feira que planeja renunciar, enquanto líderes da oposição exortaram ao presidente Alan García que o demita para evitar confrontos violentos entre a polícia e grupos indígenas.

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Simon afirmou que permanecerá no cargo tempo suficiente para convencer o Congresso a anular duas polêmicas leis que, segundo os grupos indígenas, acelerariam a destruição da Amazônia.

As tribos disseram que cancelarão os protestos caso os decretos 1090 e 1064 sejam revogados. Elas temem que a nova legislação favoreça que a floresta tropical seja entregue a empresas estrangeiras do setor de energia e mineração. O Congresso deve votar a anulação nos próximos dias.

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"Obviamente, é certo que sairei assim que tudo estiver calmo, nas próximas semanas", disse ele à rádio RPP, um dia depois de pedir desculpas aos líderes indígenas e reconhecer que o governo não tinha conseguido o apoio deles antes de aprovar as leis.

Na pior crise desde que García assumiu o poder em 2006, ao menos 34 pessoas morreram em operações policiais ordenadas há 11 dias a fim de romper os bloqueios indígenas em rodovias e rios da floresta tropical iniciados em abril. Entre os mortos, há policiais e manifestantes.

Antes das mortes, Simon, atuando como o principal negociador do governo, havia pedido ao longo de semanas para que as tribos suspendessem os bloqueios. Mas ele se recusou a rever as polêmicas leis, criadas para atrair investimento estrangeiro ao Peru.

Depois dos confrontos, o governo recuou para evitar mais violência. Na segunda-feira, Simon assinou um pacto com líderes indígenas no qual prometeu pedir a anulação das leis no Congresso.

García, cujo índice de aprovação está em 30 por cento, emitiu uma série de decretos no ano passado usando de poderes especiais conferidos pelo Congresso para implementar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. As tribos afirmam que ele foi longe demais e redigiu leis que minam o controle deles sobre a terra e os recursos naturais.

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O governo inicialmente disse que a revogação das leis violaria o acordo de livre comércio, mas o ministro do Comércio do Peru afirmou depois que o governo norte-americano concordou em apoiar as mudanças se elas evitassem novos conflitos.

Ex-ativista de esquerda, Simon foi nomeado primeiro-ministro em outubro passado para ajudar García a melhorar as relações com grupos representando os pobres. Líderes de oposição de esquerda e de direita pediram a renúncia dele depois dos confrontos.