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Premiê promete reprimir violência em Londres; 1 morre

Policial em frente a uma loja queimada em Clapham Junction, no sul de Londres | Reuters
Policial em frente a uma loja queimada em Clapham Junction, no sul de Londres (Foto: Reuters)

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou nesta terça-feira que a polícia vai reprimir duramente a onda de violência que tomou conta da capital britânica nas últimas três noites, com distúrbios, saques e incêndios cometidos por jovens mascarados em ruas comerciais de diversos bairros londrinos.

Segundo uma reportagem da BBC, um homem de 26 anos que levou um tiro dentro de um carro em Croydon, sul de Londres, durante os distúrbios morreu, tornando-se a primeira fatalidade da onda de violência. Não havia mais detalhes disponíveis no momento.

"Isto é criminalidade pura e simples e precisa ser confrontada e derrotada", disse o premiê a repórteres do lado de fora de seu gabinete após ter retornado de férias com a família para lidar com a situação.

Ele convocou uma reunião do Parlamento por um dia para esta terça-feira, apesar do recesso. "As pessoas não devem duvidar que faremos tudo o necessário para restaurar a ordem nas ruas britânicas", afirmou.

Cacos de vidro, tijolos, garrafas e outros detritos começaram a ser retirados das ruas atingidas, agora tomadas por reforços policiais.

Políticos e a polícia atribuíram os distúrbios - os piores na Grã-Bretanha em várias décadas - a criminosos e baderneiros oportunistas.

Mas moradores das áreas afetadas e alguns comentaristas atribuíram os distúrbios a tensões locais e às dificuldades econômicas nesta cidade de crescente disparidade social.

"Não temos trabalho, não temos emprego. Ouvimos dizer que outras pessoas estavam pegando coisas de graça, então por que não nós?", perguntou E.Nan, um jovem com boné de beisebol em Hackney, bairro multiétnico da zona leste, um dos mais atingidos.

A Grã-Bretanha enfrenta uma fase de estagnação econômica, e o governo impôs profundos cortes de gastos e aumentos de impostos para tentar eliminar um déficit público que supera os 10 por cento do PIB.

Durante a noite, quando a violência diminuiu, carros abarrotados de produtos eram vistos em alta velocidade nas ruas de Londres. Testemunhas ouviram relatos de numerosos casos de veículos furtados por grupos de saqueadores.

Em Woolwich, bairro pobre da zona leste, as ruas estavam repletas de cacos de vidros misturados a produtos roubados, manequins de lojas e outros destroços.

"A noite passada foi a pior que o Serviço Metropolitano de Polícia já viu recentemente, com níveis inaceitáveis de saques, incêndios e desordem", afirmou um comunicado da polícia.

A polícia disse ter detido mais de 200 pessoas durante a última noite e um total de 450 nas três noites de violência. Segundo o comunicado, 44 policiais ficaram feridos, assim como 14 civis.

Em Londres, a certa altura os bombeiros disseram estar sem carros para combater os incêndios iniciados por saqueadores, e a polícia disse ter convocado reforços de outras cidades. Um total de 16 mil policiais deverá patrulhar as ruas na terça-feira à noite, quase três vezes os 6 mil que estavam nas ruas na segunda à noite, informou o primeiro-ministro.

Cameron interrompeu suas férias na Itália e viajou a Londres na segunda-feira. Ele convocou uma reunião do Cobra, comitê de crises do governo, para preparar uma estratégia contra a violência e analisar por que os distúrbios começaram e se espalharam com tamanha rapidez, surpreendendo as autoridades.

As autoridades qualificam os envolvidos nos distúrbios como baderneiros, e dizem que a violência não afetará os preparativos para a Olimpíada que começa dentro de menos de um ano.

Os distúrbios começaram no sábado no bairro de Tottenham, após um protesto pacífico contra o fato de um suspeito ter sido baleado por policiais dois dias antes.

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