Na entrevista concedida no Palácio do Itamaraty, o primeiro ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou também para ele carta como a encaminhada ao Brasil. Mas não descreveu detalhes dela.

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Tayyip Erdogan contou que mandou carta para 27 países para reforçar a iniciativa da busca do entendimento porque seu país não quer proliferação de armas nucleares e que busca a paz. Para ele, países que não têm armas, não devem iniciar este tipo de projeto e os que têm, devem dar um passo em direção ao desarmamento. "Não queremos que o Irã desenvolva armas nucleares, mas muito menos que outros países o façam e eles (Irã) dizem que querem energia para fins pacíficos", declarou o primeiro ministro turco, acrescentando que, "se o Irã cumprir o acordo, e tudo indica que vá cumprir, não é certo falar em sanções neste momento".

Tanto Lula quanto o primeiro ministro turco lembraram que não têm procuração de ninguém para tomar esta ou aquela posição. Reiteraram, no entanto, que fizeram o que acharam que era o correto e que estão trabalhando pelo entendimento e pela paz.

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"Acreditamos que fizemos o que foi certo e o que conseguimos foi produto destes esforços", disse Tayyip Erdogan. Ao ser questionado até quando vão buscar a concretização do acordo, Tayyip Erdogan respondeu: "vamos continuar fazendo isso até o fim". Ele ressaltou ainda que "todos que mostram reação negativa (ao acordo) têm armas nucleares" e reiterou que a Turquia não tem armas nucleares e não quer tê-las.

Lula, por sua vez, depois de destacar que a política do século 21 exige mais parceria, mais transparência e mais diálogo, narrou todo o processo de negociação até se sentar à mesa com a Turquia para negociar com o Irã, lembrando que há países que tentam esse entendimento, em vão, há mais de 30 anos. E ilustrou a crítica que vem fazendo aos Estados Unidos, sem citar o país, ao narrar a fábula a raposa e as uvas. Contou que a raposa tentava pegar suculentas uvas, mas nunca conseguiu. Depois de muito tentar sem sucesso, passou a dizer que a uva não prestava mesmo e foi embora. E completou: "nós fizemos o que eles estão tentando fazer há 30 anos". Lula disse ainda que espera que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entenda o gesto feito pelo Irã e aceite o acordo.