Harbin (AFP) O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, prometeu "água sem perigo" aos habitantes de Harbin ao visitar ontem esta cidade do noroeste da China afetada por um derramamento de benzeno no rio que a abastece. "Espero que sejam tomadas as medidas necessárias para garantir à população uma água sem perigo e potável", disse o mandatário chinês ao visitar a fábrica de purificação hídrica que está sendo construída em Harbin, cidade que não conta com água corrente desde terça-feira.
O desejo do ministro coincidiu com o anúncio das autoridades locais de que o fornecimento de água será restabelecido hoje à noite na cidade, de quatro milhões de habitantes, que há cinco dias sofre as consequências do benzeno e de outros produtos cancerígenos despojados no rio Songhua. "Não permitiremos que haja outros cortes no fornecimento de água corrente", reiterou Jiabao.
O rio Songhua está coberto por uma camada de benzeno de 80 quilômetros de extensão, em virtude de uma explosão ocorrida em 13 de novembro numa fábrica petroquímica a 380 quilômetros de Harbin, a qual provocou o derramamento de 100 toneladas desse produto tóxico. O chefe de governo chinês não fez qualquer referência direta à polêmica levantada pela atitude de Pequim, que tentou acobertar o fato e só reconheceu a tragédia ambiental na quarta-feira, dez dias depois da explosão.
A visita de Jiabao aconteceu pouco depois da chegada à cidade de uma comissão de Pequim para investigar o desastre. "A presença de investigadores indica que serão adotadas sanções por atos irresponsáveis", informou a agência oficial Nova China sem dar maiores detalhes. Um jornal local acusou ontem autoridades da província de Jilin e executivos da fábrica de tentarem dissimular os fatos e não assumir suas responsabilidades.
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