O presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou nesta sexta-feira a criação de um fundo de reconstrução após o terremoto de 27 de fevereiro, que se financiará com austeridade no gasto, fundos soberanos, futuros rendimentos do cobre e possíveis créditos externos.
"Vamos criar um fundo de reconstrução para financiar este plano de desenvolvimento. Este fundo vai se alimentar de muitas fontes", disse Piñera em entrevista coletiva.
Piñera afirmou que o terremoto de magnitude 8,8 que sacudiu o Chile há duas semanas deixou mais de 500 mortos identificados e danos patrimoniais estimados de maneira preliminar em 30 bilhões de dólares.
De acordo com dados prévios do Ministério da Fazenda, os dois fundos soberanos do Chile acumulavam recursos de 14,7 bilhões de dólares no valor de mercado em janeiro.
Piñera, reiterou a necessidade de apoio internacional para reconstruir o país devastado por tremores de terra e tsunamis. Segundo ele, o Chile está "muito mais pobre" após a catástrofe.
Perguntado se pretende se aproximar dos países do Bric Brasil, Rússia, Índia e China para pedir apoio, ele não titubeou: "Definitivamente, a resposta é afirmativa. Já aprofundamos vários diálogos e estamos tratando de dar continuidade a isso. São grandes países e grandes economias, queremos muito estreitar relações."
O Chile é o maior produtor de cobre do mundo e guardou nos fundos soberanos recursos de um período de auge no valor do metal.
O presidente, que tomou posse na quinta-feira em meio a fortes réplicas sísmicas, disse que o novo fundo de reconstrução também se financiará com uma reformulação do orçamento fiscal de 2010, que foi herdado do governo anterior da ex-presidente Michelle Bachelet.
O terremoto surpreendeu o Chile quando o país estava deixando para trás sua primeira recessão em uma década, devido à crise global, e o gerenciamento da reconstrução do terremoto marcará o mandato de Piñera.
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