A China sabe que tem um papel crucial no reequilíbrio da economia global, mas as mudanças que são necessárias não podem acontecer da noite para o dia, disse o presidente chinês, Hu Jintao, durante a cúpula do G20, no Canadá.
Em seu discurso ao grupo de 20 nações ricas e emergentes, ele não fez menção à política cambial de seu país, o que, segundo os críticos, mantém a taxa de câmbio desvalorizada e dá à China uma vantagem comercial injusta.
Pequim anunciou na semana passada que flexibilizaria o yuan. Omitindo qualquer referência à controversa questão, Hu Jintao sugeriu que isso era suficiente para o momento.
A China também não deve fazer qualquer referência a sua moeda no comunicado final da cúpula. O país, de acordo com ele, já está na direção certa, com o seu superávit comercial caindo bruscamente neste ano.
"A tendência para uma conta corrente equilibrada pegou velocidade. O impulso para o desenvolvimento econômico equilibrado aumentou", disse. Mas advertiu contra expectativas irreais sobre o ritmo da mudança e pediu mais tempo para reformas no país.
A moeda chinesa se valorizou 0,5% na primeira semana desde a sua flexibilização, decepcionando alguns políticos norte-americanos que queriam uma mudança mais significativa.
"Será um processo longo e complexo para alcançar um crescimento forte, sustentável e equilibrado na economia mundial. Isso não pode acontecer da noite para o dia", afirmou. "Devemos seguir firmemente nessa direção, respeitando também as circunstâncias específicas e os caminhos únicos de desenvolvimento de diferentes países", disse.
O presidente chinês acrescentou que, enquanto a China queria manter a consistência e estabilidade de suas políticas econômicas, também estava trabalhando para torná-las mais flexíveis.