O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, anunciou nesta quinta-feira (9) em discurso à nação que as próximas eleições parlamentares serão realizadas no dia 10 de maio.
Em um discurso à nação transmitido pela TV estatal, Bouteflika elogiou as reformas políticas realizadas nos últimos meses e afirmou que elas haviam propiciado uma nova fase para o país.
"As instituições administrativas têm a responsabilidade de garantir a imparcialidade total de seus trabalhadores em tudo o que concerne às eleições", ressaltou.
Bouteflika advertiu ainda que servidores públicos, membros do governo e diretores de empresas públicas que se apresentarem como candidatos "devem se abster de qualquer uso dos recursos do Estado para sua campanha".
Neste sentido, ele insistiu que esses candidatos não poderão fazer "qualquer visita de trabalho à província pela qual se candidatarem".
O pleito contará com uma nova comissão de supervisão eleitoral, composta, pela primeira vez, exclusivamente por juízes, e cuja criação foi aprovada e anunciada nesta mesma semana pelo Conselho de Ministros.
Os magistrados, que serão nomeados por Bouteflika, vigiarão todo o processo eleitoral, desde a fase preparatória até o fim da contagem de votos.
A formação deste organismo faz parte de uma série de reformas prometidas em abril passado pelo presidente da Argélia, coincidindo com a onda de protestos populares que eclodiu em grande parte do mundo árabe.
Medidas
As medidas - que incluíram a reforma da lei de partidos políticos, a Lei Eleitoral, a de associações civis e a participação política das mulheres - foram criticadas pela oposição, que as considera insuficientes.
Como parte do compromisso de garantir a transparência, Argélia também convidou observadores eleitorais da União Europeia, da Liga Árabe, da União Africana e da Organização da Cooperação Islâmica.
O presidente também insistiu na importância da participação popular nas eleições, uma questão que preocupa as autoridades argelinas, já que, no pleito de 2007, a abstenção nas urnas superou 64%. "Espero que os partidos, sindicatos e organizações civis trabalhem juntos para mobilizar os eleitores, especialmente os jovens".
A nova composição do Parlamento após as eleições de maio terá 462 membros, em vez dos atuais 389. As autoridades já haviam antecipado que o pleito seria em maio, mas ainda não tinham fixado a data.