A Tokyo Electric Power Co divulgou nesta sexta-feira um prejuízo de 15 bilhões de dólares devido ao desastre na usina nuclear em Fukushima, o que representa o maior prejuízo de uma empresa não-financeira no Japão e levou a companhia a fazer um alerta sobre as incertezas de seu futuro.

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Muito criticado, o presidente Masataka Shimizu, de 66 anos, renunciou após a pior crise nuclear no mundo desde Chernobyl em 1986, abrindo caminho para o diretor-gerente Toshio Nishizawa, 60 anos, da própria empresa.

Engenheiros estão lutando para controlar vazamentos de radiação e retomar o controle da usina localizada a nordeste de Tóquio mais de dois meses após o terremoto de magnitude 9,0 e um tsunami devastarem uma grande área da costa japonesa e empurraram a economia para uma recessão.

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O desastre levou a uma queda de 80 por cento no valor da ações da Tokyo Electric e forçou a empresa a buscar ajuda do governo para pagar as indenizações financeiras, que alguns analistas calculam podem ultrapassar os 100 bilhões de dólares.

Antes de sua declaração, Shimizu se curvou diante de uma coletiva de imprensa lotada na sede da empresa na capital. Nishizawa, que trabalha na companhia desde 1975, estava à sua esquerda.

"Lamentamos pelas vítimas do terremoto e do tsunami. Ao mesmo tempo, queremos nos desculpar sinceramente por nossos reatores nucleares em Fukushima causarem tamanha ansiedade, preocupação e perturbação à sociedade", disse o presidente demissionário.

Para o ano comercial encerrado em 31 de março, a empresa, familiarmente conhecida como Tepco, relatou um prejuízo bruto de 1,25 trilhão de ienes (15 bilhões de dólares) depois de somar um trilhão de ienes para descartar os reatores de Fukushima e amortizar ativos de impostos.

As cifras foram divulgadas após o fechamento do pregão do mercado de ações de Tóquio e representa um marco nos 60 anos de história da empresa.

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O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, e outros legisladores criticaram duramente a Tepco pela maneira como tratou do desastre.

Shimizu não fez nenhuma aparição pública nas duas semanas que se seguiram ao desastre de 11 de março, despertando críticas de que faltava liderança à Tepco, enquanto luta para retomar o controle da usina.

Pouco depois, ele foi hospitalizado com ataques de tontura à medida que o valor das ações da Tepco despencava e a empresa se aproximava do colapso.