Partidos pró-Ocidente vão dominar o Parlamento da Ucrânia após uma eleição que deu ao presidente Petro Poroshenko um mandato para encerrar um conflito separatista e tirar o país da órbita da Rússia em direção à Europa.
Poroshenko planejou começar conversas de coalizão nesta segunda-feira após pesquisas de boca de urna e resultados preliminares terem mostrado que a maioria dos grupos que barravam reformas legais e democráticas, exigidas pela União Europeia, haviam sido removidas do Parlamento nas eleições de domingo.
No entanto, ele ainda enfrenta grandes problemas: a Rússia resiste às medidas de Kiev de um dia entrar para a União Europeia, um cessar-fogo no leste do país ainda é muito frágil e forças do governo combatem separatistas pró-Rússia, e a economia está em má situação.
O presidente russo, Vladimir Putin, ainda pode influenciar eventos, não apenas como o principal apoiador dos rebeldes no leste, mas também com o papel de Moscou no fornecimento de gás natural para a Ucrânia e a UE.
Mas com seu próprio bloco e partidos liderados por seu aliado, o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk, o presidente deve ser capaz de dominar o Parlamento.
"A maioria dos eleitores foi a favor das forças políticas que apoiam o plano de paz do presidente e buscam uma solução política para a situação em Donbass", disse Poroshenko pouco após o fechamento das urnas, referindo-se à região leste onde a luta havia sido a mais pesada.
Os resultados finais das votações nas listas partidárias e assentos únicos só serão conhecidos em questão de dias. Mas os números já apurados indicam que Poroshenko será capaz de formar um forte governo de coalizão.
O magnata do setor de doces, de 49 anos, deve continuar trabalhando próximo a Yatseniuk, o qual, possivelmente, continuará como primeiro-ministro para realizar conversas sensíveis com o Ocidente sobre a economia do país, prejudicada pela guerra.
O governo de Kiev diz esperar por um modesto crescimento no ano que vem após uma queda estimada de 6 por cento em 2014, mas o Banco Mundial acredita que a economia do país continuará encolhendo.
Poroshenko e seus aliados estão tentando restaurar a normalidade nesse país de 46 milhões de pessoas após o tumulto e a violência que começaram há um ano com manifestações populares contra o predecessor de Poroshenko, o ex-presidente Viktor Yanukovich, um político alinhado com Moscou.
Yanukovich foi deposto em fevereiro, em um episódio que a Rússia considerou um "golpe fascista". Moscou respondeu ao ocupar e anexar a península da Crimeia, antes território ucraniano, e ao apoiar rebeliões separatistas nas regiões do leste.
Mais de 3.700 pessoas já morreram nos combates, incluindo quase 300 passageiros de um avião comercial da Malásia que foi abatido, aparentemente por engano, enquanto sobrevoada a região do leste ucraniano, território dominado por rebeldes separatistas.
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