O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, prometeu hoje deixar o poder no fim do ano, segundo o porta-voz Ahmed al-Sufi, informou a Sky News. No poder há 32 anos, Saleh sofre há semanas com protestos por mudanças democráticas no país. Falando na televisão estatal, Saleh advertiu hoje para o risco de uma guerra civil, caso haja um golpe. "Qualquer tentativa de se chegar ao poder por um golpe levará a uma guerra civil no país", afirmou.
O presidente já repassou sua decisão a comandantes militares e líderes tribais, em reuniões na noite de ontem. No entanto, Saleh disse que sua saída deve ser parte de uma transferência "constitucional" de poder, e não uma entrega do comando do país às Forças Armadas.
No início do mês, Saleh afirmou que se recusava a deixar o poder e pretendia cumprir seu atual mandato, que termina em 2013. Nesta semana, o presidente demitiu sua equipe de governo a fim de tentar aplacar os protestos, porém sua medida não deu certo. Na sexta-feira, mais de 50 pessoas foram mortas durante manifestações no país, segundo médicos e testemunhas. Milhares de pessoas acampam em uma praça perto da Universidade de Sanaa desde 21 de fevereiro, exigindo o fim do governo de Saleh, no poder desde 1978.
Os Estados Unidos apoiam o governo de Saleh com milhões de dólares em ajuda militar, para que o presidente ajude no combate à rede extremista Al-Qaeda. Atualmente, além de uma facção local da Al-Qaeda, o governo iemenita enfrenta a oposição da minoria xiita no norte e um movimento separatista no sul. O país é um dos mais pobres do mundo árabe.
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