O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse na terça-feira que seu país iria se embrenhar numa guerra civil se ele for forçado a deixar o poder. Os Estados Unidos expressaram preocupação com a instabilidade no país árabe, que se tornou um reduto para militantes da Al Qaeda.

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Sete semanas de protestos incessantes contra o governo e deserções entre a elite dirigente aumentaram a pressão sobre Saleh para que renuncie imediatamente, após permanecer 32 anos no poder. Saleh é um aliado dos norte-americanos contra as ambições de radicais islâmicos na península Arábica.

Um assessor de Saleh disse que ele deixaria o cargo somente depois de organizar eleições parlamentares e estabelecer instituições democráticas, até janeiro de 2012 -- uma declaração que a oposição rejeitou imediatamente.

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"Ali Abdullah Saleh não busca o poder", disse à Reuters seu secretário de imprensa, Ahmed al-Sufi. "Ali Abdullah Saleh não vai partir sem saber para quem ele está transferindo (o poder)."

Os EUA, às voltas com as consequências dos levantes e incertezas no mundo árabe, deram uma rara demonstração pública de preocupação com a situação no Iêmen.

"Nós estamos obviamente preocupados com a instabilidade no Iêmen", disse o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.

O porta-voz da oposição iemenita, Mohammed al-Sabry, rejeitou a oferta de Saleh, de deixar o poder até janeiro de 2012, e declarou que as próximas horas serão decisivas.

Em discursos para militares e líderes tribais em Sanaa, Saleh afirmou que o Iêmen enfrenta o perigo da guerra civil e desintegração por causa dos esforços para darem um "golpe" contra seu governo.

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"Vocês têm uma agenda para destruir o país, o país será dividido em três, e não dois. Uma parte sul, uma parte norte e uma parte central. Isto é o que pretendem os desertores contra... a unidade", disse ele, referindo-se aos rebeldes xiitas no norte e aos militantes da Al Qaeda.

"Aqueles que pretendem alcançar o poder por meio de golpes deveriam saber que isso está fora de questão. A pátria não será estável, haverá uma guerra civil, uma guerra sangrenta. Eles deveriam avaliar isto com cuidado", disse Saleh a comandantes do Exército.

Guardas presidenciais leais a Saleh cercaram um batalhão da força aérea na cidade costeira de Hudaida depois que seu comandante declarou apoio aos manifestantes. Um guarda presidencial e um soldado morreram em confrontos entre as duas forças na cidade costeira de Mukalla, no sul, na noite de segunda-feira, disseram fontes médicas.

Na província de Abyan, no sul, soldados entraram em choque com militantes da Al Qaeda, matando 12 e ferindo cinco, informou a mídia estatal.

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