O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, pediu a Abdullatif bin Rashid al-Zayani, mediador e secretário-geral do poderoso Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que adiasse sua visita ao país, afirmaram dois funcionários do governo nesta terça-feira (3).
A ação política de Saleh visa a barrar as tentativas dos seus vizinhos de resolver quase três meses de agitação no país árabe. Os dois funcionários do governo disseram que Saleh enviou uma carta formal ao mediador pedindo o adiamento.
A visita foi marcada para uma "data indefinida", de acordo com alguns dos funcionários próximos do presidente. A carta foi enviada ontem, mesmo dia em que al-Zayani esperava se encontrar com Saleh para pedir que ele renunciasse, parte de uma iniciativa do conselho para resolver a crise, disseram os assistentes sob condição de manter seus nomes em segredo por não terem autorização de falar à imprensa.
É a segunda vez que Saleh recusa um encontro com al-Zayani, sugerindo que ele espera ganhar tempo, embora isso possa prejudicar as boas relações com a aliança, formada por países vizinhos ricos em petróleo.
O CCG é formado por Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Catar e os países menores Omã e Bahrein.
Saleh concordou inicialmente com os termos da iniciativa do conselho, que o instou a renunciar em 30 dias em prol de um governo de coalizão para governar o país até as eleições. As propostas incluíam imunidade judicial a Saleh. Os partidos de oposição - mas não os manifestantes - também concordaram com o acordo.
Os funcionários do governo de Saleh disseram que o presidente esperava pressionar o conselho por uma mudança no texto permitindo que ele assinasse o acordo como chefe do partido governante - e não como presidente.
Os partidos de oposição do Iêmen interpretam a tentativa como uma maneira do presidente que está há 32 anos no cargo se manter no poder.
Centenas de milhares de manifestantes têm reivindicado que Saleh renuncie, inspirados pelos protestos em massa no Oriente Médio. Pelo menos 140 pessoas morreram nos choques com o governo. A violência, que inclui ataques de atiradores, levou ao isolamento do presidente por parte de vários comandantes militares, membros do partido do governo e diplomatas. As informações são da Associated Press.
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