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O governo cubano divulgou nota de Fidel Castro ao povo, por meio do jornal oficial do Partido Comunista, o "Granma", na qual diz que é preciso mais tempo para se chegar a um prognóstico. No documento, também lido em rede nacional de TV, o presidente de Cuba, que foi submetido a uma cirurgia de emergência no intestino na segunda-feira, diz que sua condição de saúde é estável e que seu humor é bom.

"Posso dizer que é uma situação estável, mas uma evolução real do estado de saúde necessita de um pouco mais de tempo".

"O que mais posso dizer é que a situação se manterá estável por muitos dias, antes de poder dar um veredito", acrescentou.

Apesar de Ricardo Alarcón, presidente do Legislativo, ter dito nesta quarta-feira que conversou com o presidente cubano, e que ele está consciente e bem-disposto, a última informação oficial é a da noite de terça-feira, postada no site do jornal.

O país amanheceu nesta quarta-feira tranqüilizado.

Mas médicos ouvidos pelo "Miami Herald" duvidam que haja motivo para otimismo. Eles dizem que estresse não causa hemorragia intestinal.

Em função da cirurgia, Fidel transferiu, pela primeira vez na História, todos os seus poderes ao irmão mais novo, Raúl Castro.

A notícia da internação de Fidel gerou reações adversas entre os cubanos, dentro e fora do país. Em Havana, além da rádio local, que ficou em silêncio durante toda a terça-feira, não foram registrados grande sobressaltos, segundo correspondentes da Reuters.

Em Miami, nos EUA, onde moram centenas de milhares de exilados cubanos e seus descendentes, o clima era de cautela . Nas rodas de conversa, havia grupos que defendiam que Fidel estaria gravemente doente e até morto, mas também aqueles que acreditavam que tudo não passava de uma fraude.

- Ninguém sabe de nada com certeza - disse Luis Cabral, imigrante cubano que está radicado no sul da Flórida desde 1966. - Acho que ele está doente, mas acredito que está morrendo vagarosamente. Não acho que ele vá morrer de repente. Se o povo realmente quer retomar Cuba precisará perdoar e recomeçar sem ele - acrescentou.

Muitos moradores de Miami, entretanto, temiam que as comemorações precipitadas pudessem pôr em perigo cubanos vivendo na ilha.

- Naturalmente, estou feliz em saber que ele está doente - afirmou Caridad Mora, no sul da Flórida desde 1962. - Mas as pessoas precisam ser cuidadosas, porque poderia sempre haver conseqüências. Elas precisam esperar até ter certeza de que ele morreu antes de tomar as ruas, porque é muito perigoso - emendou.

Um parlamentar americano de origem cubana chegou a pregar a desobediência civil.

- É hora de os militares não atirarem - disse Lincoln Diaz-Balart, deputado federal pelo distrito de Miami.

Falando numa entrevista coletiva, ele disse que a comunidade dissidente dentro de Cuba está pedindo aos exilados para servirem de porta-vozes para a promoção da resistência passiva.

O senador republicano pela Flórida Mel Martínez, que fugiu de Cuba quando criança, disse que esperava há muito tempo "pelo dia em que o povo de Cuba veria um dia sem Fidel Castro".

- Há a possibilidade de que ele esteja gravemente doente ou morto - disse Martínez em Washington. - Não acho que haveria um anúncio como esse se não estivesse bem claro que ele está incapacitado e não se recuperará no curto prazo.

Martinez é o primeiro cubano a entrar para o Senado dos Estados Unidos. Ele foi eleito em 2004.

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