O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, fez um apelo nesta quarta-feira por mais ajuda internacional para os sobreviventes do terremoto que atingiu o norte do país e pediu a todos os paquistaneses que se unam para enfrentar uma das maiores tragédias de sua história.

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Ao fazer o pronunciamento no dia do sexto aniversário do golpe que o levou ao poder, o general Musharraf pediu aos camponeses que mostrem abnegação com relação aos atrasos dos esforços humanitários e lembrou-os das regiões montanhosas e locais remotos, das áreas mais atingidas.

- Essa tragédia é muito maior do que a capacidade do governo como um topo. Nós temos que enfrentar este desafio - disse ele em um pronunciamento à nação, transmitido pela televisão.

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Ele pediu mais doações, tanto dos paquistaneses quanto das pessoas que moram foram do país, para um fundo especial que será usado para pagar os custos dos resgates e reconstrução, orçados em centenas de milhares de dólares.

- Eu peço à nação que generosamente contribua com esse fundo. Eu especialmente pedirei para a comunidade de empresários, negociantes e industriais - disse ele. - Faço um apelo à comunidade internacional para que doe fundos, dê assistência financeira e façam doações ao fundo humanitário do presidente.

Até então, o Paquistão recebeu a promessa de US$ 350 milhões de doadores estrangeiros. O fundo humanitário já arrecadou U$16.6 million com donativos domésticos, informou mais cedo o primeiro-ministro Shaukat Aziz.

Musharraf agradeceu aos países que já fizeram doações, mas ressaltou o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, em particular por suas ofertas de ajuda, um gesto significante dentro do contexto mais amplo de processo de paz no qual os dois líderes estão envolvidos.

- Nós manifestamos nossa gratidão a ele e aceitamos a ajuda indiana de uma certa forma e informamos a eles - disse o presidente.

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O terremoto também atingiu o lado indiano da disputada região da Cachemira, matando cerca de 1.200 pessoas.

O número oficial de mortos chegou a 23 mil no Paquistão, mas o governo acredita que deva aumentar e autoridades das províncias mais afetadas da Cachemira paquistanesa e da Província da Fronteira do Noroeste sugeriram que a estimativa final pode chegar a 40 mil.

Importante aliado do ocidente desde que deixou de apoiar os líderes Talibã no Afeganistão, Musharraf ouviu a promessa de ajuda da secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, quando ela visitou a capital paquistanesa mais cedo nesta quarta-feira. Ela afirmou que os EUA estarão ao lado do país quando tiver início a tarefa de reconstrução.

Empossado quando o país estava virtualmente falido, Musharraf agora enfrenta o segundo pior desastre registrado no país. O primeiro foi a passagem de um cliclone em 1970, que matou 300 mil pessoas.

O Exército, a instituição mais eficiente do país, está liderando as operações humanitárias, mas as pessoas nas áreas afetadas têm reclamado da grande espera por resgate e mantimentos. Musharraf falou das dificuldades de chegar à cidades como Muzaffarabad, localizada em uma região montanhosa, devido ao bloqueio das estradas e falta de helicópteros.

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- O Exército está lá agora e eles começaram a realizar as operações de resgate. A ação teve início há 72 horas. Para mim, é uma ação lenta.

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