O presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, disse a partidários que o conflito em Darfur chegou ao fim, ao anunciar a libertação de 57 rebeldes, após assinar um cessar-fogo e um acordo inicial de paz com alguns insurgentes.

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"Agora a crise acabou em Darfur. Agora a guerra terminou em Darfur... Nós devemos lutar a guerra pelo desenvolvimento", disse Bashir em um comício na capital do Darfur do Norte, em um discurso gravado ouvido pela Reuters.

Bashir acertou um cessar-fogo temporário com o grupo rebelde Movimento pela Justiça e Igualdade (JEM, na sigla em inglês) em Doha, na terça-feira, e assinou um documento que prevê a assinatura de um acordo final de paz pelo Sudão com os rebeldes até 15 de março.

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Outros grupos rebeldes de Darfur rejeitaram o plano, e o acordo foi anunciado quase um ano após o último cessar-fogo entre Cartum e o JEM, que os rebeldes afirmam ter sido quebrado após um dia.

O governo de Bashir disse na quarta-feira ter libertado 57 militantes do JEM, metade do número total de homens detidos por Cartum após terem participado de um ataque insurgente na capital em 2008.

As libertações foram prometidas como parte do novo acordo com o grupo.

De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 300.000 pessoas morreram e cerca de 2,7 milhões foram obrigadas a fugir em sete anos de conflito em Darfur. O governo do Sudão desqualifica as estimativas como exageradas.

A violência começou quando integrantes de tribos africanas da região pegaram em armas e rebelaram-se contra o governo sudanês. As tribos africanas denunciavam décadas de negligência e discriminação. O governo iniciou então uma contrainsurgência durante a qual uma milícia árabe pró-Cartum cometeu atrocidades contra a comunidade africana.

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Debate-se há anos se o conflito entre o governo sudanês, dominado por árabes, e os rebeldes de etnias africanas em Darfur poderia ou não ser qualificado como genocídio. Barack Obama e seu antecessor, George W. Bush, referem-se à situação como tal, mas a Organização das Nações Unidas (ONU), não.