A Casa Branca comentou, nesta quinta-feira, a acusação feita pelo colunista sindicalizado Robert Novak, há dois dias, de que o presidente George W. Bush sabe quem é a fonte que deixou vazar o nome da agente da Agência de Inteligência Americana (CIA) Valerie Plame.
- Eu não sei com que base ele fez a acusação - disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, se negando a fazer outros comentários.
Na terça-feira, Novak disse que a imprensa pública e privada deveriam perguntar a Bush sobre a fonte, e não aos repórteres que receberam a informação.
- Estou confiante de que o presidente sabe quem é a fonte - afirmou Novak durante um almoço em Raleigh, na Carolina do Norte, de acordou com o jornal "Raleigh News & Observer". - Eu ficaria espantando se ele não soubesse.
Ele acrescentou: "Então digo, não me incomode. Não não incomode (o repórter do Washington Post) Bob Woodward. Incomode o presidente, porque ele deveria revelar quem é a fonte".
Novak se negou a discutir seu papel na descoberta da identidade de Plame por várias vezes. Foi em sua coluna, publicada no dia 14 de julho de 2003, que revelou Plame e desencadeou uma investigação sobre o caso.
A informação de que Plame trabalhou como agente secreto da CIA veio a público depois que seu marido, o ex-diplomata Joseph Wilson, acusou a administração Bush de distorcer informações do serviço de inteligência para ganhar apoio com relação à invasão do Iraque. Wilson disse que o vazamento ocorreu para que sua credibilidade fosse minada.
A investigação de dois anos, que tocou em grandes autoridades da Casa Branca, resultou em indiciamentos em outubro sob acusação de perjúrio e obstrução da Justiça para o assessor-chefe do vice-presidente Dick Cheney, Lewis "Scooter" Libby. Libby, que se disse inocente, se afastou do cargo.
O principal assessor político de Bush e vice-chefe da equipe, Karl Rove, foi avisado pelos promotores que ele continua sendo investigado e ainda pode ser indiciado.