Cronologia:
Gazeta do Povo, com agências
11 de fevereiro de 2011 - Manifestações pedindo a saída do ditador Hosni Mubarak tomavam as ruas do Egito. Ele renunciou à Presidência e passou o poder ao Exército. Mubarak encerrou três décadas de governo autocrático.
22 de novembro de 2011 - O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito marcou novas eleições para junho de 2012.
23 de junho de 2012 - Mohammed Mursi vence a eleição no Egito. O candidato da Irmandade Muçulmana derrotou o opositor vinculado ao ditador Hosni Mubarak. Mursi havia sido o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.
22 de novembro de 2012 - Mursi promulga decretos que lhe davam "superpoderes" e impedem o Judiciário de interferir em decisões do Executivo.
26 de dezembro de 2012 - Nova Constituição do Egito foi aprovada. O projeto causou polêmica no país. Mursi era acusado pela oposição de forçar a "islamização" do Egito.
28 de janeiro de 2013 - Egito registra sucessivas ondas de protestos. Em janeiro, 49 pessoas morreram durante os protestos. Mursi decretou estado de emergência. Manifestantes afirmavam que o objetivo dos atos era derrubar o regime que era gerido pela Irmandade Muçulmana.
29 de junho de 2013 - Manifestações contra Mursi voltaram a se intensificar no Egito.
01 de julho de 2013 - Exército deu 48h para políticos entrarem em acordo no Egito.
03 de julho de 2013 - Mursi é deposto pelo Exército e Constituição é suspensa.
Golpe
Gazeta do Povo, com agências
O Exército do Egito havia estabelecido, na segunda-feira (1º), um ultimato de 48 horas para que Mursi apaziguasse os protestos.
O prazo dos militares foi encerrado às 17h (12h, em Brasília), e as horas seguintes foram de ansiedade e incerteza nas ruas do Cairo.
De acordo com relatos, Mursi foi avisado pelas Forças Armadas por volta das 19h do horário local (14h, em Brasília) de que não ocupava mais o cargo.
Às 21h (horário local), Abdul Fatah al-Sisi, chefe do Exército, anunciou a deposição e apresentou os próximos passos políticos a serem tomados no país. Seu discurso foi encoberto, nas ruas, pelo clamor popular e os fogos de artifício que tomaram o céu.
O novo presidente interino do Egito, Adly Mansour, jurou nesta quinta-feira (4) seu cargo diante da assembleia geral do Tribunal Constitucional Supremo, órgão do qual até hoje era presidente.
"Juro por Deus todo-poderoso defender o sistema republicano e respeitar a Constituição e a lei, atender ao povo e proteger a independência nacional e a integridade territorial", disse.
Veja fotos da tensão política no Egito
Mansour foi designado ontem novo chefe de Estado pelas Forças Armadas, após o golpe militar que depôs Mohammed Mursi, eleito há um ano nas primeiras eleições presidenciais democráticas do país.
O governante disse que assume o poder "com grande honra e durante um período interino", até a realização das eleições presidenciais "em um futuro próximo", que ele mesmo deverá convocar e supervisionar.
"A revolução de 30 de junho corrigiu a revolução de 25 de janeiro de 2011 (que derrubou Hosni Mubarak)", considerou Mansour. O novo presidente disse ainda que as novas manifestações no país, que reuniram milhares de pessoas, significou "a reunificação do povo egípcio sem divisões".
O líder alertou que não se deve venerar um governante nem um tirano, por isso pediu que os egípcios fiquem alertas.
Mansour recebeu a maior ovação dos presentes ao ato quando agradeceu o papel na crise das Forças Armadas, "que são a consciência desta nação e a fortaleza para protegê-la".
O país vive uma turbulência. O número de mortos nos confrontos após a deposição de Mursi subiu para 10 nesta quinta-feira.
Promotoria ordena detenção dos líderes da Irmandade Muçulmana
O Ministério Público do Egito ordenou nesta quinta-feira a detenção dos principais líderes da Irmandade Muçulmana, acusados de instigar o assassinato de manifestantes que protestavam de maneira pacífica contra o presidente deposto Mohammed Mursi.
Segundo a agência oficial Mena, o promotor Ahmed Ezzeldin disse que foi comprovado a veracidade dos depoimentos que indicam que o guia espiritual da Irmandade, Mohammed Badia, e seu braço-direito, Jairat al Shater, incitaram o assassinato de manifestantes que protestavam em frente à sede do grupo no Cairo.
Mursi continua com paradeiro desconhecido de forma oficial, embora uma fonte da Irmandade Muçulmana disse hoje que ele se separou de sua equipe presidencial e foi levado para o Ministério da Defesa, onde está retido.
As forças de segurança começaram na quarta-feira (3) à noite a prender dirigentes da Irmandade Muçulmana, como o presidente do braço político do grupo, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), Saad Katatni.
O segundo líder espiritual das Irmandade, Mohammed Rachad Bayumi, também foi detido e levado junto com Katani para uma prisão nos arredores do Cairo, segundo a agência "Mena".
As Forças Armadas egípcias depuseram Mursi na terça, eleito presidente há um ano, e designaram como líder interino do país o presidente do Tribunal Constitucional Supremo, Adly Mansour, que deverá convocar e supervisionar as próximas eleições presidenciais.
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