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O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, reafirmou na sexta-feira que dará garantias aos agricultores estrangeiros que trabalham no país.

As declarações foram feitas em uma visita dele à tensa região de San Pedro, onde grupos de agricultores sem-terra ameaçam invadir cerca de 20 fazendas.

Os agricultores de San Pedro (região central do país) intensificaram seus protestos nas últimas semanas, exigindo a retomada de terras que, segundo afirmam, foram entregues irregularmente a brasileiros.

Lugo confirmou que seu governo fará todo o possível para dar segurança aos "irmãos brasileiros que desejam contribuir para o nascimento de um país desenvolvido, dentro das leis", e destacou que, no Paraguai, "todos os imigrantes são bem-vindos".

O dirigente, que foi bispo da Igreja Católica na região durante mais de uma década, reuniu-se com autoridades locais e dirigentes de vários setores para analisar as medidas capazes de atender às demandas dos agricultores e reduzir a tensão ali.

Depois da reunião, Lugo afirmou ter certeza sobre a assinatura de um pacto social na zona rural e que buscará superar a crise por meio do "diálogo e do respeito irrestrito às leis, sem distinções".

"Conversamos com os representantes de organizações de agricultores, com criadores de gado e com produtores de soja. E acertamos formar uma mesa de trabalho, elaborando uma agenda positiva que nos permita destravar certas situações", afirmou Lugo a jornalistas.

O dirigente acrescentou ter dado início a negociações com o governo da Itália para concretizar a doação de uma propriedade de 17 mil hectares, localizada 350 quilômetros ao norte de Assunção. Nessas terras, encontram-se assentadas mais de 1.500 famílias que desejam ficar permanentemente.

"Houve uma aproximação inicial. Vamos ver o que o governo italiano pode aceitar. Isso será um grande passo para a região de San Pedro e para as comunidades que poderão ter o título de propriedade das terras", disse Lugo.

Três dias atrás, o governo aumentou o número de policiais estacionados em San Pedro, uma área onde aumenta a tensão entre os agricultores que exigem o início de uma reforma agrária - uma das maiores promessas eleitorais do atual presidente - e os produtores agropecuários para os quais a falta de segurança os impede de trabalhar.

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