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Agentes da Al Qaeda e outros supostos militantes presos pelos EUA disseram em depoimento nesta terça-feira que Zacarias Moussaoui não é confiável e que não fez parte do complô para os atentados de 11 de setembro de 2001.

Um dia depois de um chocante depoimento no qual Moussaoui disse que estava escalado para lançar um avião contra a Casa Branca no 11 de setembro, os militantes detidos o contradisseram.

A maior parte dos depoimentos foi lida em voz alta. Os presos em questão estão proibidos de depor por questões de segurança nacional. Grande parte dos testemunhos questionava a competência de Moussaoui, e o homem que se diz financiador do 11 de setembro afirmou não ter envolvimento com Moussaoui.

Um júri está decidindo se Moussaoui será condenado à morte ou prisão perpétua por seu envolvimento nos atentados de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas. O júri deve começar a deliberar nesta semana.

Em um claro esforço para rejeitar as confissões de segunda-feira, que prejudicam ao próprio réu, a defesa apresentou uma declaração de Sayf Al Adl, dirigente do comitê militar da Al Qaeda, segundo quem Moussaoui "absolutamente não" participaria do 11 de setembro. Mustafa Al Hawsawi, que comprou bilhetes aéreos para os EUA para vários sequestradores de aviões, disse "não ter conhecimento" das transações financeiras de Moussaoui.

Um importante agente da Al Qaeda, chamado Khallad, disse que Moussaoui violou as regras de segurança ao telefonar para ele durante uma viagem à Malásia, em 2000. Khallad, que teve ligações com os atentados de 1998 contra duas embaixadas do leste da África e que foi o mentor do ataque de 2000 contra o navio USSCole, acabou sendo obrigado a desligar o telefone na cara dele.

No depoimento de Riduan Isamuddin, também conhecido como Hambali, importante membro da Jemaah Islamiah ("filial" da Al Qaeda no Sudeste Asiático), Moussaoui aparece como alguém "que não tinha uma cabeça brilhante e era mau caráter".

"Segundo Hambali, Moussaoui conseguia chatear qualquer um com quem entrasse em contato", disse o depoimento de Hambali, acrescentando que o militante não confiava em Moussaoui.

Ele afirmou que Moussaoui continuou falando dos sonhos em que lançava um avião contra a Casa Branca. Ele também repetia constantemente que as operações planejadas pela Jemaah eram "ridículas". Hambali disse que acabou comprando uma passagem aérea para que Moussaoui fosse embora da Malásia, rumo à Europa.

Na segunda-feira, Moussaoui confessou ter tido problemas na Malásia, mas disse que mesmo assim Osama bin Laden teria permitido que ele participasse do 11 de setembro. O réu foi detido em 16 de agosto de 2001. Ele afirmou não ter muitos detalhes sobre o plano, mas que estava escalado para lançar um avião contra a Casa Branca e que o World Trade Center estava na lista de alvos. No ano passado, ele se declarou culpado por uma conspiração ligada aos ataques. Na época, ele disse se referir a uma segunda onda de atentados.

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