Criticado por voltar atrás em vários temas, Trump deu uma guinada na sexta-feira em sua promessa de torturar os terroristas e matar suas famílias| Foto: SCOTT OLSON/AFP

Cinco estados dos Estados Unidos realizam primárias neste sábado (5) para eleger os candidatos presidenciais dos partidos, num momento em que o aspirante republicano Donald Trump divide como nunca seu próprio campo e o democrata Bernie Sanders tenta reduzir a distância em relação a Hillary Clinton.

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Quatro primárias republicanas (Louisiana, Kentucky, Kansas e Maine) e três democratas (Louisiana, Kansas e Nebraska) ocorrem neste sábado.

Resta saber se o último ataque lançado contra Trump na quinta-feira pelo ex-candidato presidencial republicano de 2012 Mitt Romney ajudará a frear o avanço do magnata. “Donald Trump é um falso, uma fraude”, expressou Romney na quinta-feira, ao convocar os eleitores a apoiar algum dos outros aspirantes em disputa.

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A maior quantidade de delegados serão escolhidos na Louisiana, um estado do sul onde Trump e Hillary são dados como vencedores. Ambos saíram vitoriosos da “Super Terça” de 1º de março, depois de conquistarem sete estados cada um.

A elite do Partido Republicano e seus seguidores ficaram paralisados com o discurso de ódio utilizado pelo magnata durante o décimo primeiro debate republicano, na quinta-feira, visando as eleições presidenciais de novembro.

Apesar de suas vitórias nas primárias, seu tom escandaloso - no início do debate de quinta-feira Trump fez uma alusão ao tamanho de seu pênis - levantam dúvidas sobre sua elegibilidade e preocupam seus mais fiéis seguidores. A ideia é que os líderes do partido devem redobrar seus esforços para prejudicar seus avanços.

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O foco está voltado para o crucial dia 15 de março, quando cinco estados vitais vão escolher seus delegados, entre eles a Flórida.

Para piorar o estado de pânico dos conservadores, o magnata cancelou sua participação deste sábado na conferência CPAC, o grande encontro anual dos conservadores americanos, perto de Washington.

Na sexta-feira sua equipe de campanha justificou sua ausência dizendo que tinha que participar neste sábado de um comício em Wichita, Kansas, antes dos caucus (assembleias eleitorais). Depois irá à Flórida.

Os organizadores da conferência se declararam “muito decepcionados” com sua ausência e disseram que “sua decisão envia uma mensagem muito clara aos conservadores”.

“Este espetáculo me adoece”

Jenny Beth Martin, co-fundadora do movimento ultraconservador Tea Party, graças ao qual muitos conservadores como Ted Cruz entraram no Congresso em 2010 e 2012, convocou os participantes da conferência CPAC a apoiar Cruz, que também está na corrida em direção à Casa Branca.

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O magnata apresenta um “argumento sedutor” ao afirmar que devolverá a grandeza aos Estados Unidos, mas “Donald Trump ama a si mesmo acima de tudo”, expressou Martin.

Criticado por voltar atrás em vários temas, Trump deu uma guinada na sexta-feira em sua promessa de torturar os terroristas e matar suas famílias, em um texto escrito ao jornal The Wall Street Journal.

O desespero aumentou entre os republicanos depois do debate de quinta-feira, onde houve uma vulgaridade sem precedentes.

“Este espetáculo me deixa doente”, escreveu o conservador Matthew Continetti no site Washington Free Beacon. “Presenciei a redução a cinzas de décadas de trabalho de instituições conservadoras, de militantes e legisladores”, acrescentou.

Os líderes do partido temem que uma indicação republicana de Trump leve à eleição da democrata Hillary Clinton.

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Trump espera conquistar neste sábado os votos que seriam direcionados ao médico aposentado Ben Carson, que anunciou na sexta-feira sua saída da corrida.

Para Ted Cruz, “as apostas são muito altas” para permitir que Trump seja designado. “Indicar Donald seria um desastre”, afirmou o senador, que venceu em quatro estados até agora.

Marco Rubio, considerado por muitos líderes republicanos a aposta mais lógica, só venceu em um estado, e o governador de Ohio, John Kasich, tem as mãos vazias.

Do lado democrata, trata-se de conseguir convencer seus eleitores de ir votar, já que a mobilização até agora foi menos forte que em 2008.

Hillary Clinton espera continuar com sua série de vitórias da “Super Terça”, enquanto Bernie Sanders tem os olhos voltados para a próxima etapa e para os estados do norte, que são mais favoráveis a ele.

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