O futuro primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Ismail Haniyeh, disse que está disposto a estabelecer a paz com Israel de modo paulatino, desde que Israel saia das fronteiras estabelecidas desde a guerra de 1967. Isto é o que foi publicado no domingo em entrevista concedida ao "Washington Post".
Porém o Hamas reagiu à entrevista dizendo que, de posse de toda a gravação da entrevista, não há conexão entre o que ele disse "e as manchetes no jornal", conforme as palavras do porta-voz parlamentar Salah al-Bardaweil.
O porta-voz afirmou que as frases publicadas são imprecisas. Na entrevista, Haniyeh fala em paz progressivamente acordada a partir da retirada dos territórios ocupados. Para o Hamas, o que ele disse foi:
- Se Israel se retirar dos territórios que conquistou em 1967 e se libertar todos os prisioneiros palestinos e se retornar os refugiados aos seus lares, então vamos discutir.
Bardaweil disse também que perguntaram ao primeiro-ministro designado se ele reconheceria a existência de Israel, e ele respondeu:
- Se Israel aceitar as condições que mencionei, então estaremos dispostos a aceitar um acordo de paz temporário.
- Peço à mídia para ser cuidadosa e precisa ao escrever os relatos, e não revisar as palavras do entrevistado - disse o porta-voz.
Mais tarde, falando a repórteres, Haniyeh disse que não falou em reconhecer Israel.
- Eu só disse que, quando Israel sair das fronteiras de 1967, incluindo Jerusalém, e soltar todos os prisioneiros e detidos, então estaremos aptos a falar sobre uma trégua de longo prazo - disse ele.
Ainda neste domingo, o ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, disse que o Hamas não tem intenção de moderar suas posturas. Mofaz se reuniu com o enviado dos Estados Unidos David Welch, secretário-assistente de Estado, e reafirmou a disposição do país de buscar o isolamento do Hamas.
No mesmo encontro, o primeiro-ministro em exercício, Ehud Olmert, disse a Welch que Israel não vê separação entre o moderado presidente da Autoridade Palestina e o governo do Hamas. Para ele, Mahmoud Abbas representa uma autoridade chefiada pelo Hamas.
Isto significa que, enquanto Welch expressa preocupação sobre ajuda humanitária aos palestinos, Israel continua a não permitir a transferência de fundos diretamente para a Autoridade Palestina. Israel anunciou na semana passada que vai suspender o repasse de cerca de US$ 50 milhões mensais que recolhe para os palestinos de receita tributária.
O ministro em exercício das Relações Exteriores de Israel disse também no domingo que Abbas é irrelevante.
Por sua vez, o presidente palestino disse que renunciará se sentir que existem muitos empecilhos à sua autoridade sob um governo Hamas.
Ele tem uma agenda de negociações de paz que está comprometida desde a vitória do Hamas nas eleições parlamentares do fim do mês passado.
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