O primeiro-ministro tailandês Abhisit Veijaiiva rejeitou neste sábado (24) uma nova oferta de manifestantes anti-governo para realizar um acordo e encerrar semanas de protestos violentos. Eles pediram eleições para parar com as manifestações.
Os manifestantes de camisas vermelhas apóiam Thaksin Shinawatra, que foi derrubado do posto de primeiro-ministro. Eles imediatamente retiraram sua oferta de acabar com a ocupação de um bairro rico de Bangcoc depois da recusa.
Abhisit disse que a oferta de paz não parecia sincera e servia simplesmente para melhorar a imagem dos manifestantes. "Eles ficam dizendo que vão piorar a situação. É por isso que o governo sequer pode levar a proposta em consideração," ele disse a repórteres.
Os manifestantes de camisas vermelhas são, na maioria, operários e trabalhadores rurais. Eles responderam com ameaças de medidas mais agressivas, inclusive de sitiar o Central World, o segundo maior complexo de compras do sudeste asiático, que fica próximo ao local onde os protestos acontecem.
"Se querem o shopping center Central World de volta, devem retirar as forças armadas da região de Rajaprasong imediatamente," disse Jatuporn Prompan, um dos líderes dos manifestantes.
O shopping está fechado desde que os manifestantes ocuparam a área no dia 3 de abril.
O risco de confrontos violentos continua alto depois que uma série de granadas explodiu, matando uma pessoa e ferindo 88 na quinta-feira no bairro financeiro de Bangcoc. O governo disse que os autores do ataque foram os camisas vermelhas. Eles negam.
Os camisas vermelhas também exigem uma investigação independente do confronto de 10 de abril entre manifestantes e o exército que deixou 25 mortos e mais de 800 feridos.
Milhares de soldados, muitos armados com rifles de assalto M-16, estão guardando os camisas vermelhas em vários cruzamentos da cidade. Manifestantes pró-governo com freqüência se reúnem atrás das barricadas do exército, lançando garrafas e insultos ao lado contrário e causando conflitos.
Jatuporn sugeriu que os manifestantes abdicassem da camisa vermelha, sua marca registrada, para que pudessem se misturar mais facilmente à população da cidade de 15 milhões de habitantes. "Vamos tirar a camisa vermelha e vestir outras cores mas nossos ideais e objetivos continuarão os mesmos," disse ele.
Dezenas de milhares de camisas vermelhas permanecem acampados no bairro comercial de Bangcoc, prometendo ficar até que o parlamento seja dissolvido e novas eleições sejam convocadas.