Díli Mais novo candidato à Presidência, com 44 anos, Fernando de Araújo La Sama é presidente do Partido Democrático (PD). Preso por atividades pró-independência em 1991, foi enviado à mesma prisão em Jacarta que abrigou outro preso famoso do país, o presidente Xanana Gusmão. Segundo ele, sua emergência se deve à falta de credibilidade dos governantes atuais.
O senhor vai para o segundo turno das eleições?
Fernando de Araújo La Sama Tenho informações de que estou na frente em cinco províncias, além de estar em segundo em vários locais importantes, como Díli. Farei o segundo turno contra o primeiro-ministro, Ramos-Horta, a despeito de tudo.
Como assim?
Minha campanha brigou contra uma dupla de envergadura internacional e cheia de recursos, como Xanana e Ramos-Horta, e contra a máquina partidária da Fretilin. Mas sabe de uma coisa? A falta de capacidade deste governo de administrar o país acabou derrotando a todos. E a população sabe que eles não fizeram nada nestes anos, criaram mais problemas e ainda destruíram a Nação. Além disso, todos são muito arrogantes e a pretensão acabou os derrubando.
Qual foi o seu trunfo para conseguir tantos votos?
Tenho uma ligação forte com a juventude, conseqüência do meu tempo de militância estudantil. Meus companheiros de luta, agora, estão no comando de ONGs, são funcionários públicos qualificados ou padres. Isto tudo ajudou a disseminar minhas propostas.
E quais são elas?
Reconstruir o Estado e restaurar a paz. Com isso, podemos agradecer a ajuda internacional e retomar nós mesmos as rédeas deste país. Agradecemos aos amigos brasileiros, mas os amigos também possuem coisas importantes para fazer em casa, não é? (risos)
O senhor teme uma reação violenta da Fretilin se sua vitória e a de Ramos-Horta se confirmarem?
Eles não são tolos de arriscar mais o futuro do país numa aventura violenta.