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Garantias constitucionais

Prisão de opositor põe diálogo em xeque na Bolívia

Representantes de três departamentos rejeitam a nova Constituição imposta por Evo Morales e reivindicam autonomia | Gaston Brito / Reuters
Representantes de três departamentos rejeitam a nova Constituição imposta por Evo Morales e reivindicam autonomia (Foto: Gaston Brito / Reuters)

A detenção de um ativista da oposição, acusado de participar de um atentado contra um gasoduto no sudeste da Bolívia, colocou o complexo diálogo político entre governo e oposição à beira da ruptura.

Os três governadores regionais que reivindicam autonomias e rejeitam uma nova Constituição impulsionada pelo presidente indígena Evo Morales suspenderam "temporariamente" a participação no diálogo, exigindo garantias de que não acontecerá uma perseguição política contra os membros da oposição.

Não houve resposta imediata do governo, mas ministros disseram antes que consideravam que os processos judiciais contra os responsáveis por atentados contra bens do Estado não deveriam servir de "pretexto" para a suspensão do diálogo.

O risco de fracasso das negociações, estabelecidas depois de violentos protestos de oposição que deixaram dezenas de mortos, acontece quatro dias antes do prazo que as partes fixaram para chegar a um acordo sobre a mudança constitucional e sobre o regime de autonomias.

O incidente que desatou a nova turbulência foi a detenção de um cidadão da região do Chaco, José Vaca, acusado de participar diretamente de um ataque com dinamite a um gasoduto, causando prejuízos calculados de 100 milhões de dólares, durante os protestos no mês passado.

Falando em nome dos líderes regionais que lideraram os protestos, o governador do distrito de Tarija, Mario Cossío, classificou a detenção como um "sequestro" que afeta "radicalmente" o clima de diálogo.

"Os líderes regionais precisam saber se continuarão no diálogo ou se terão que se preocupar com sua segurança, ou até retornar à clandestinidade", disse Cossío na cidade central de Cochabamba, sede do diálogo nacional, depois de se reunir com seus partidários dos departamentos de Santa Cruz e Beni.

"Tomamos a decisão de suspender temporariamente nossa participação nas mesas de trabalho (do diálogo) até que o Governo reconduza sua atuação nesse caso", anunciou, pedindo a Morales que defenda "as garantias constitucionais de todos os cidadãos".

Cossío acrescentou que "o diálogo não se rompe" embora tenha denunciado que "os radicais do Governo querem que o diálogo fracasse".

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