As Farc libertaram quatro reféns na primeira de três libertações planejadas para esta semana, mas as reclamações de interferências cometidas por militares durante a entrega dos reféns colocaram em dúvida a libertação de um político, prevista para esta segunda-feira (2).
Um helicóptero brasileiro levou, no domingo, delegados da Cruz Vermelha e uma comissão liderada por uma senadora colombiana de esquerda para buscar três policiais e um soldado que eram mantidos reféns na selva. Eles foram levados a uma cidade ao sul de Bogotá.
As entregas despertaram especulações sobre se a libertação de outros reféns dará impulso político ao grupo, enfraquecido pelas deserções e pela ofensiva do presidente Álvaro Uribe, que tem o apoio dos Estados Unidos. Mas as negociações ainda parecem distantes, pois nenhum dos lados abre mão de suas exigências.
Logo após a libertação, Uribe suspendeu o envolvimento da missão humanitária liderada pela senadora Piedad Córdoba, que já ajudou a mediar outras libertações.
A medida, que pode complicar a soltura dos demais reféns, foi tomada depois que membros da comissão civil de Córdoba disseram que a operação foi atrasada por causa de operações militares.
O governo negou a acusação, embora Uribe tenha reconhecido que aviões do Exército tenham sobrevoado a área.
"Vamos fazer tudo o que for possível para superar este impasse... para que esta operação possa prosseguir", disse Ivan Cepada, membro da comissão civil.
Christophe Beney, representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, disse que os envolvidos na operação de domingo vão se reunir para decidir se ainda podem atuar como planejado.
Espera-se que um vôo resgate Alan Jara, ex-governador do departamento de Meta mantido refém há mais de sete anos, na segunda-feira. Há ainda planos para uma terceira operação para resgatar outro parlamentar.
As próximas libertações também foram atrapalhadas por um carro-bomba que explodiu no domingo diante de um posto policial em Cali, matando pelo menos duas pessoas e ferindo 39, em um ataque cuja autoria as autoridades atribuíram às Farc.
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