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Argemiro Procópio

Professor diz que Hezbollah usa povo como sua trincheira

Israel diz que concentra seus ataques no Hezbollah, mas uma grande quantidade de civis estão morrendo. Por quê?

Argemiro Procópio – É a característica dessa guerra. O Hezbollah não tem um exército organizado. Ou seja, não é uma luta de um batalhão contra um batalhão. É uma luta extremamente complexa, que coloca Israel numa vantagem inicial.

Há seis anos, quando Israel desocupou o sul do Líbano, o Hezbollah estava enfraquecido.

Sim, e foi reerguido pelo Irã. Não há a menor dúvida. O Irã já até tornou isso público. O Irã tem uma projeção regional muito grande nessa guerra. E os EUA estão amarrados, por causa da invasão do Iraque.

E o que os EUA estão fazendo para resolver o conlifto?

Não só os EUA, como a Inglaterra e outros países aliados, estão dando sustentação à posição de Israel. Mas eles não devem entrar no conflito. Juntos, vão tentar que a ONU forme um exército multinacional para colocar em prática a resolução que pede o desarmamento do Hezbollah.

Enquanto isso não acontecer, o senhor acredita que Israel vá até o fim, até desarmar o Hezbollah?

Israel está com muitos problemas. Tem o conflito na Faixa de Gaza e, por mais bem treinados que sejam os soldados de Israel, o conflito no Líbano vai custar um dinheiro enorme.

Mas é possível que o país recue?

Essa hipótese é muito complexa, uma vez que Israel entrou nesse conflito porque percebeu que sua segurança estava totalmente ameaçada. Até em Tel Aviv chegou a cair foguete. É bom lembrar que o Irã promete a destruição do Estado judeu. Só dois países árabes reconhecem Israel: Egito e Jordânia.

Qual o desfecho dessa crise ?

O judeu não vai permitir um novo genocídio, e eles são fortes para não permitir isso. Eles não vão suportar que o Irã seja o segundo Hitler. Mas a população palestina também têm seus direitos. Então, Israel vai ter que encontrar uma solução de convivência pacífica com os palestinos. A paz nessa região passa por acordos de paz entre os descedentes de Israel (israelistas) e Ismael (ismaelistas, os árabes). Povos irmãos, de uma mesma tribo, conforme diz a Bíblia.

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