Manama - Forças do Bahrein reprimiram manifestantes ontem com uso de gás lacrimogêneo e o apoio de helicópteros, retirando centenas de pessoas que estavam acampadas numa praça que se tornou símbolo dos protestos da maioria xiita contra a monarquia sunita, a Praça Pérola. Fontes hospitalares disseram que três policiais e três manifestantes foram mortos nos confrontos, que começaram um dia depois de a ilha declarar lei marcial para acabar com os protestos. A vizinha Arábia Saudita já enviou tropas ao pequeno país do Golfo Pérsico também para dissipar as manifestações.
Ação
Helicópteros sobrevoaram a praça e a tropa de choque disparou gás lacrimogêneo ao avançar contra os manifestantes acampados um grupo de jovens oposicionistas à monarquia de Hamad Bin Isa AL Khalifa. Os jovens reagiram com coquetéis molotov e se dispersaram quando foram atingidos por mais gás lacrimogêneo. Em cerca de duas horas a praça já estava vazia, mas os policiais derrubaram dois policiais de seus carros durante a fuga.
Usando máscaras pretas e armas semiautomáticas, os soldados também bloquearam várias ruas, incluindo o principal acesso ao bairro xiita de Sitra. As ruas ficaram desertas, as lojas foram fechadas, e as pessoas fizeram fila em caixas eletrônicos. "Há tiros perto e longe. Não é só tiro para o alto, é uma guerra urbana", disse um morador que vive perto da Rodovia Budaya, no noroeste do Bahrein, acrescentando que as forças haviam interrompido três pontes que ligam o aeroporto, na ilha Muharraq, à ilha principal.
A policia também bloqueou o acesso ao hospital Manama Salmaniya, onde muitas vítimas civis tinham sido previamente atendidas, e testemunhas disseram que o acesso a outros centros de saúde também foi bloqueado. Aparentemente, as forças de outros países árabes convidadas pelo governo para apoiar sua ação não se envolveram na operação. Os xiitas, que somam mais de 60% da população barenita, se dizem discriminados pelos sunitas. Movimentos pela queda da monarquia têm causado alarme entre a minoria sunita e na vizinha Arábia Saudita, que também abriga uma expressiva minoria xiita.