A polícia tailandesa usou gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes que cercavam nesta sexta-feira (29) edifícios dos policiais na cidade. O primeiro-ministro do país, Samak Sundaravej, disse que pode declarar estado de emergência, caso os protestos contra o governo piorem. A tensão cresceu nesta sexta, três dias depois de membros da Aliança do Povo para a Democracia começar a ocupar o escritório do primeiro-ministro, pedindo a saída de Samak.
A aliança oposicionista acusa o governo de servir como fantoche do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em um golpe em 2006. Thaksin está envolvido em vários processos por corrupção e se auto-exilou na Grã-Bretanha. Os líderes do protesto disseram que pediam punição aos policiais que supostamente bateram em manifestantes, no início do dia. Pelo menos 10 pessoas tiveram ferimentos leves. A polícia lançou várias bombas de gás lacrimogêneo contra os pelo menos 2 mil manifestantes.
Também houve protestos em outras partes do país, com atrasos e cancelamentos em viagens de trens e aviões. Na manhã desta sexta, a polícia entrou no escritório do primeiro-ministro para entregar uma ordem judicial aos manifestantes, quando se concentraram. Um porta-voz da polícia afirmou que os policiais desistiram de tentar força a saída dos manifestantes, para evitar um confronto violento. "Nós não vamos deixar o Palácio do Governo até derrubarmos a administração de Samak", garantiu um dos líderes do protesto, Sondhi Limthongkul.
A Tailândia teve 17 Constituições desde 1932 - ano em que o país tornou-se uma monarquia constitucional. A profusão de leis é uma mostra da instabilidade política e dos vários golpes militares nessa nação. O último golpe ocorreu em 2006, quando Thaksin foi deposto. Samak, que assumiu após vencer as eleições de dezembro de 2007, pode declarar o estado de emergência para ganhar mais poderes, como uma tentativa de estabilizar o país.
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